Sem a presença de estrelas do esporte (nem mesmo do futebol), apenas de dirigentes, parentes e amigos, o corpo do ex-presidente da Fifa João Havelange, de 100 anos, foi enterrado às 15h30 desta terça-feira (16) no cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul do Rio. A pedido da família, não houve velório e, às 15h, o caixão, vindo do hospital Samaritano foi colocado direto em um carrinho que seguiu para o jazigo da família.
O hospital não divulgou a causa da morte, mas ele foi internado no final do ano passado em decorrência de problemas pulmonares. Amigos de Havelange lamentaram que o jogo de futebol feminino em que o Brasil foi derrotado pela Suécia, no início da tarde, não tenha tido um minuto de silêncio.
"Havelange transformou o futebol na grande religião mundial. Foi um dos mais importantes do esporte e o número um do futebol", disse o presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio-2016 e do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman.
Depois do sepultamento, o dirigente evitou comentar a decisão do Comitê Olímpico Internacional (COI) de não prestar homenagem a Havelange. "Foi decretado luto oficial pelo Comitê Olímpico do Brasil, e a bandeira ficará a meio mastro. Com relação a outros órgãos, é uma questão de cada um", declarou.
Questionado sobre denúncias de corrupção que envolveram Havelange e o levaram a renunciar à presidência de honra da Fifa, o ex-presidente da CBF e ex-genro de Havelange se irritou com um repórter, a quem chamou de "louco". "Você pode respeitar o momento?", disse o ex dirigente. "Essa pergunta é totalmente fora de esquadro", completou.
Em meio a dezenas de coroas de flores, destacava-se a do maior ídolo do futebol em todos os tempos: "O adeus do amigo Pelé". Também enviaram homenagens o presidente da CBF, Marco Polo del Nero, o ex-presidente da República e senador por Alagoas Fernando Collor de Melo (PT-AL), o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), afastado para tratamento de saúde, o antecessor, Sérgio Cabral (PMDB), o governador em exercício Francisco Dornelles (PP), muitos clubes de futebol e profissionais do esporte. O presidente do Vasco da Gama, Eurico Miranda, e o ex-dirigente da CBF Américo Faria também estiveram no cemitério.