Autor da decisão que libertou o goleiro Bruno Fernandes, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou o recurso em que Sônia de Fátima Moura, mãe de Eliza Samudio, buscava reverter a soltura de Bruno, condenado em primeira instância a 22 anos e três meses de prisão, em regime fechado pela morte de Eliza.
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A rejeição dos embargos declaratórios apresentados pela mãe de Eliza consta no acompanhamento processual do habeas corpus do goleiro Bruno no Supremo, mas a íntegra do despacho do ministro não foi disponibilizada até a publicação desta reportagem.
Preso em 2010, Bruno Fernandes foi condenado em 8 de março de 2013 pelo Plenário do Tribunal do Júri, da Comarca de Contagem-MG, por três crimes: homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, asfixia e recurso que dificultou a defesa da vítima; sequestro e cárcere privado qualificado por ser a vítima menor de 18 anos; e ocultação de cadáver.
Marco Aurélio considerou o fato de o goleiro estar preso há sete anos sem a conclusão do processo na segunda instância, ao autorizar, no dia 21 de fevereiro, Bruno Fernandes a aguardar a conclusão da ação penal em liberdade.
No recurso ao STF, a advogada de Sônia de Fátima Moura, Maria Lúcia Borges Gomes, argumentava que os motivos que basearam a decretação da prisão do goleiro, em 2010, ainda se mantinham, como a ameaça à ordem pública, e insistia que a lentidão para a condenação em segunda instância se devia a manobras da própria defesa do réu.
"O próprio Superior Tribunal de Justiça, com o intuito de pacificar o tema, editou a súmula de n.º 64, disciplinando que 'não constitui constrangimento ilegal o excesso de prazo na instrução, provocado pela Defesa'", disse.
A advogada da mãe de Eliza mostrou o temor da família da vítima com o Bruno nas ruas, pois, logo após deixar a prisão, concedeu entrevista em rede nacional imprensa falada e escrita afirmando que ingressará na Justiça com pedido de guarda e aproximação do filho, Bruno Samudio de Souza.
Bruno deixou a prisão no último dia 24 e já foi contratado pela equipe do Boa Esporte, da cidade de Varginha, em Minas Gerais, atualmente na Série B do Campeonato Brasileiro. Após o anúncio de sua contratação, o clube de Minas Gerais já perdeu dois patrocinadores. Enquanto isso, o principal patrocinador do clube exige a não contratação de Bruno, sob pena de aumentar a lista de patrocinadores que deixaram o time.
A notícia do contrato firmado entre o Boa Esporte e o goleiro Bruno, ex-presidiário acusado de matar sua namorada Elisa, não foi bem recebida por torcedores e público em geral. Depois de perder um de seus principais investidores, o clube de Varginha observou seu site oficial ser invadido por hackers do Grupo Anonymous Brasil Hacker. A ação foi acompanhada de mensagens de repúdio ao assassinato e da forma como o time acolheu o ex-presidiário.