Quase 20 anos após iniciar a carreira no Náutico, o goleiro Rodolpho anunciou a aposentadoria, nesta última semana, aos 35 anos, para se tornar auxiliar técnico do time sub-20 da Chapecoense. Formado nas categorias de base do Timbu, ele construiu uma carreira no Nordeste e Sul do Brasil durante esses anos. Período em que o arqueiro foi se consolidando como um líder nas equipes, inclusive na própria Chape.
O convite do presidente Plínio David da Nês surgiu no início do ano quando Rodolpho estava disputando o Campeonato Catarinense pelo Brusque. Mesmo tendo se preparado, o convite foi uma surpresa positiva. “Estava pensando em algumas situações, me programando e buscando estudos fora de campo para sair com uma experiência a mais em algo fundamentado. Hoje faço administração e outros cursos complementares de teorias do futebol. Tenho conversado bastante com os amigos que são envolvidos com o esporte. Todos com quem conversei falaram que eu não poderia sair por conta do meu profissionalismo e caráter. Isso tudo me motivou a permanecer e após receber o convite, e da pessoa que foi, não tive dúvidas”, contou.
Experiente, Rodolpho destacou que os jovens jogadores precisam ter cuidado no início da carreira, pois o sucesso não dura eternamente. Ele ainda frisou que é fundamental se preparar para continuar no futebol. “O futuro do atleta após a aposentadoria é algo muito perigoso. No início, vislumbram grandes contratos e as melhores equipes. Só que não se preparam para o fim da carreira mesmo sabendo que é algo muito rápido. Eu mesmo, se fechar os olhos, lembro do meu primeiro jogo profissional pelo Náutico. Com o apoio de todos que foram exemplos para mim, pude me preparar para encerrar a minha carreira e conseguir um emprego. Acho que o futebol precisa de pessoas que passaram dentro do campo”, disse.
A última passagem de Rodolpho pelo Náutico não terminou da melhor maneira. O Timbu fracassou em casa diante do Oeste na Série B e não conquistou o acesso. O fracasso gerou polêmicas, mas que não apagaram o carinho dele pelo clube. “Não deixou mágoa, mas fiquei muito triste pela maneira que foi conduzido. Tudo foi dirigido de uma forma muito infantil. As pessoas não tinham a postura correta e agiram com emoção. A área eu não sei, mas sei que um dia poderei retornar pela porta frente. A mesma porta em que saí”, finalizou.