Papa-taças do século, Givanildo Oliveira conta segredo do sucesso

Quase 70 anos de idade e 24 títulos. Pode parecer o histórico de um clube, mas esse é o currículo do pernambucano Givanildo Oliveira como treinador. Na conta, já está incluído o troféu do Campeonato Paraense levantado no último domingo pelo Remo, parte mais recente de um histórico que ajuda a espantar o estigma de que técnicos mais velhos têm perdido espaço no país.

Dos 18 estaduais vencidos por ele, três foram ganhos de 2016 para cá e em três estados diferentes. No Mineiro, levantou a taça pelo América em 2016, no Cearense com o Ceará em 2017 e, agora em 2018, no Pará. "Só tem um segredo: gostar do que eu faço e isso ajuda muito. Mas cada título é uma emoção, uma alegria muito grande, até porque é muito bom para a gente como profissional", comentou em entrevista ao Jornal do Commercio.

O retrospecto em estaduais faz dele o maior campeão do século 21 neste tipo de torneio, tendo vencido nove vezes. Ele é seguido de perto pelo ex-Sport Vanderlei Luxemburgo. com oito, e o ex-Náutico Muricy Ramalho, com sete. Campeão neste ano, Roberto Fernandes é o quinto, com cinco taças.

Pará

Com bom desempenho no Remo e um passado de destaque no Paysandu, o técnico já acumula mais títulos no Campeonato Paraense do que no Pernambucano. Foram cinco conquistas pelo Papão (1987, 1992, 2000, 2001 e 2002) e duas no Leão Azul, enquanto em Pernambuco foram quatro pelo Sport (1991, 1992, 1994 e 2010) e um no Santa Cruz (2005).

"A identificação já vem de tempo. Essa já é minha segunda vez no Remo e teve uma fase aqui (em Belém) que passei dois anos direto", relembrou. Entre os anos de 2000 e 2002, ele esteve à frente da campanha vitoriosa do Papão com o tricampeonato estadual e os títulos da Série B (2001), Copa Norte e Copa dos Campeões, ambas em 2002.

Em busca de mais um acesso

Responsável por subir seis vezes de divisão, Givanildo possui acessos com América (1997, 2009 e 2015), Paysandu (2001), Santa Cruz (2005), Sport (2006). Nesta temporada, ele mira o Brasileiro da Série C para fechar 2018 em alta no Remo. "Estamos aproveitando essa semana para arrumar a equipe, estrear na segunda-feira e ver se conseguimos subir para série B", disse. Ele terá o primeiro desafio deste ano longe de casa, quando o Remo enfrenta o Atlético-AC na primeira rodada da terceira divisão. Apenas na quarta partida o treinador encara uma equipe do seu estado natal, em duelo ante o Santa Cruz, no Mangueirão.