Há cinco anos longe do Náutico, Waldemar Lemos volta o mesmo

Treinador alvirrubro segue com discurso motivador e bastante inquieto em campo
Filipe Farias
Publicado em 10/05/2017 às 6:34
Treinador alvirrubro segue com discurso motivador e bastante inquieto em campo Foto: Foto: Guga Matos/ JC Imagem


O início da terceira passagem de Waldemar Lemos pelo Náutico foi bem ao seu estilo. Apesar dos cinco anos que o separaram do clube, na sua coletiva de apresentação, manteve o mesmo discurso motivador e a empolgação de reverter a situação adversa que o alvirrubro atravessa. Semelhante de quando esteve à frente do Timbu em 2011. No primeiro trabalho no campo, a inquietude durante o treinamento ainda é a principal característica do treinador, que só apitou o final das atividades quando já escurecia no CT Wilson Campos.

“Acho que não mudou muita coisa não. Sigo trabalhando do mesmo jeito. A minha vontade de trabalhar continua muito grande. No Náutico, então, é maior ainda. Pena que não voltei antes”, disse o treinador de 62 anos, se mostrando bastante esperançoso em realizar um bom trabalho no Náutico. “Eu vi uma crença muito forte. Existe uma vontade enorme de resolver os problemas do clube e o grupo precisa acreditar. Olhamos na cara um do outro e vamos buscar solucionar as questões, mas isso vai acontecer se houver aliança... Dos jogadores, dos funcionários, da diretoria e de todos os seguimentos que envolvem o clube”, frisou Waldemar.

 

Com pouco tempo para conhecer a individualidade de cada atleta até a estreia na Série B do Brasileiro – sexta-feira, contra o América-MG, às 21h30, na Arena de Pernambuco, com portões fechados –, Lemos espera extrair o melhor do grupo com bastante conversa para que haja o entendimento de todos a respeito de sua metodologia de trabalho.
“Ainda não tive a oportunidade de conhecer bem o grupo. Isso requer tempo. Pedi para que os atletas olhassem nos meus olhos e pude ver o brilho e vontade. É preciso criar esses sentimentos para carregar isso para os treinos e buscar executar no campo. Fazer todos interagirem e torcer um para o outro, porque se isso acontecer teremos sucesso”, explicou Lemos.

 

Esse discurso motivador se encaixa bem no momento que o Náutico atravessa. Com os jogadores e funcionários insatisfeitos devido aos atrasos salariais, Waldemar terá a árdua missão de além de extrair o melhor do time dentro de campo, ainda ter de atuar como um psicólogo para apaziguar os ânimos de seus comandados. “É um momento bastante difícil que estamos atravessando e eu incluo todos os seguimentos que envolvem o futebol. Tudo o que acontecer daqui pra frente tem de ser dentro da realidade do clube. Se houver uma aliança de todos vai dar certo”, comentou.

PÉS NO CHÃO

Mesmo com a expectativa de o Náutico voltar à Série A do Brasileiro em 2018, já que Waldemar comandou o time no último acesso, o novo treinador alvirrubro preferiu adotar um discurso mais cauteloso. “O meu objetivo é o próximo jogo, na sexta. Nossa meta é a classificação na última rodada, mas se não pensar nessa primeira situação, que é o agora, o amanhã pode não adiantar muita coisa”, falou Waldemar Lemos.

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