'A realidade é outra', diz Roberto Fernandes sobre a situação do Timbu

O técnico falou dos problemas para a montagem do elenco do Náutico
Leonardo Vasconcelos
Publicado em 11/12/2017 às 7:43
O técnico falou dos problemas para a montagem do elenco do Náutico Foto: JC Imagem


Com os pés no chão. É assim que o técnico Roberto Fernandes está encarando a nova e desafiadora realidade do Náutico. Em entrevista à Rádio Jornal, o comandante alvirrubro abriu o jogo e falou das dificuldades na hora de contratar jogadores pela perda de credibilidade da equipe no mercado. Em relação ao orçamento, o treinador disse que está tendo que se virar com um teto bem menor do que a sua última passagem pelo clube, há dez anos. Roberto reiterou que a “casa” do Náutico para esse início de temporada ainda não está definida, mas que depois, jogando nos Aflitos, será um dos favoritos a voltar para a Série B.

ENTREVISTA

CONTRATAÇÕES

Nós temos procurado fazer o melhor que nós podemos. O torcedor, pelo menos nesse início de temporada, não vai estar vendo uma equipe recheada de jogadores de nome, como é de costume. Se a gente for pegar o elenco que começou a temporada de 2017 tinha vários jogadores conhecidos, mas estamos em uma realidade completamente diferente. Mas isso não quer dizer que vai ser um elenco menos competitivo ou menos qualificado. Por isso estamos sendo bastante criteriosos.

NEGATIVAS

Têm jogadores que estiveram nos nossos planos, foram contatados e não quiseram vir. Teve um jogador, que eu me reservo o direito de não revelar o nome, que foi procurado por um diretor nosso e ele falou: ‘O Náutico não paga há cem anos e não vai mudar agora, eu lhe agradeço a lembrança’. O Náutico está passando por um processo de reorganização geral. Com a mesma necessidade de títulos, ele precisa resgatar a sua credibilidade. Para a tristeza dos torcedores e do futebol pernambucano, o Náutico está perdendo jogadores para Estados vizinhos que há cinco, seis anos nem se cogitaria. Mas hoje ele perde jogador para Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte. A realidade é outra.

ORÇAMENTO

Sem dúvida é o menor orçamento que a gente já possa ter trabalhado. A minha primeira passagem pelo Náutico foi há dez anos na Série A em 2007. Dez anos depois, o clube em vez de ter evoluído vai ter um orçamento menor. Ao contrário de outras equipes que se organizaram e duplicaram, triplicaram seus orçamentos. Temos que conduzir o processo de contratação com seriedade, de acordo com o tamanho do nosso pé. Não adianta olhar para a vitrine que tem um sapato bonito e não ter dinheiro para comprar.

ESTÁDIO

Infelizmente eu ainda não posso dizer definitivamente onde nós vamos jogar. A única coisa que posso falar é que o Náutico está fazendo o maior esforço possível para atuar em um local onde ele se sinta realmente mandante. Na minha avaliação, um dos fatores prepoderantes para o rebaixamento do Náutico foi o de ele não ter se sentido um mandante. Todo mundo sabia que os Aflitos era conhecido como o nosso caldeirão. O Náutico jogou na Arena, em Caruaru, no Arruda e em nenhum desses campos o Náutico se sentiu em casa. É uma situação que ainda não está resolvida, ainda é um problema. Mas a diretoria está conversando para tentar solucionar em definitivo onde o Náutico vai jogar. Mas a bem da verdade eu não vejo a hora da gente voltar pra casa”.

PRÉ-TEMPORADA

Nós vamos ter que queimar etapas infelizmente. Quando o Náutico for fazer o seu primeiro treinamento o nosso adversário (Itabaiana, pelo pré-Nordestão) já vai estar há dez dias trabalhando. Isso faz uma diferença grande na largada, mas vamos tentar equacionar isso”.

FAVORITO

Eu não tenho dúvida de que o Náutico é um dos favoritos a subir para a Série B, principalmente jogando nos Aflitos..

 

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