Presidente do Náutico avalia ano como "quase perfeito"

Gestão é marcada pela conquista do Campeonato Pernambucano, eliminação na Série C e volta aos Aflitos
Túlio Feitosa
Publicado em 02/09/2018 às 9:06
Gestão é marcada pela conquista do Campeonato Pernambucano, eliminação na Série C e volta aos Aflitos Foto: Foto: André Nery/Arquivo JC Imagem


Mesmo com a eliminação nas quartas de final da Série C do Brasileiro, o presidente do Náutico, Edno Melo conversou com o Jornal do Commercio e analisou o ano como “quase perfeito”, faltando, claro, o acesso para a Segunda Divisão. Edno ressaltou o resgate financeiro, no ano que o Timbu venceu o Campeonato Pernambucano após 13 anos, além de chegar à quarta fase da Copa do Brasil. A gestão também será marcada pela reabertura do Estádio dos Aflitos, que, após quatro anos, voltou a receber o time e a torcida alvirrubra em treinos. O jogo de reabertura ainda poderá ser neste ano.

Confira:

ATLETAS

Ainda faltam quatro meses para terminar o ano. Estamos renovando com alguns atletas do elenco profissional, indenizando e fazendo acordos, para os que não ficarem, sigam a vida deles. E os que ficarão, que a gente termine o ano de 2018 e recomece uma conta nova em 2019.

FUNCIONÁRIOS

Tem o administrativo, o pessoal da estafe do futebol, tem o pessoal da base, o pessoal do CT, que tudo isso precisa arrumar dinheiro para pagá-los durante 4 meses, sem futebol e sem receita nenhuma.

QUANTO FALTA?

Mais ou menos R$ 1,5 milhão para fechar a conta este ano.

PLANOS

Vai ter esse jogo da volta para os Aflitos, que vai ser bem festivo. Estamos querendo fazer para outubro ou novembro para que a gente consiga, realmente, angariar fundos.

TORNEIO AMISTOSO

Estou achando muito difícil esse torneio sair. Não por conta do Náutico ou da Federação Pernambucana, mas pelos clubes que estão desmontando seus elencos. É uma realidade muito dura você ter um clube de futebol e passar quatro meses sem jogar. É muito difícil.

COTAS

Peguei o Náutico com cotas adiantadas, além de estar devendo quase sete folhas salariais atrasadas. Mas o pior de tudo não era nem isso. Mas, sim, a falta de credibilidade que o Náutico tinha no mercado.

DIFICULDADE

Sem a credibilidade, você vai para o mercado e ele diz “não, para o Náutico não”. Então você prefere ir para um clube menor, recebendo menos, do que ir para o Náutico, que não iria pagar.

CREDIBILIDADE

A gente resgatou essa credibilidade. Fizemos um ano quase perfeito. Se tivéssemos conseguido o acesso, seria perfeito. Mas essa credibilidade, perante ao mercado, foi uma conquista muito grande da diretoria.

TORCEDOR

A torcida resgatou o orgulho de ser alvirrubro, de vestir a camisa, bater no peito e gritar “eu sou Náutico”. O orgulho da torcida dizer que seu clube paga o time em dia, que está tudo certinho e direitinho. Eu vejo esse orgulho no torcedor.

RECONHECIMENTO

Ao caminhar na rua eu encontro as pessoas me agradecendo. O reconhecimento no fim do campeonato... a gente desclassificado. Eu não me lembro, como torcedor inclusive, o time desclassificado e a torcida aplaudir. No caso da gente, aconteceu este ano. É o reconhecimento do esforço que foi feito na Série C. Colocamos o Náutico no tamanho que ele está, e não no tamanho que ele é.

ELIMINAÇÃO

Perdemos o acesso dentro de campo, e não fora de campo. A gente não perdeu porque estava com salário atrasado, ou porque tinha atleta brigando com treinador. O ambiente estava bom com funcionário, com jogador, com a comissão técnica. Perdeu para um adversário que foi mais competente que a gente. E acontece. Se fizéssemos tudo certo e desse tudo certo, não iria ter graça no futebol.

BOA GESTÃO?

A gente sempre pode melhorar. Nunca fizemos tudo certo, não. Os erros que eu cometi em 2018 podem ser corrigidos em 2019.

O QUE MELHORAR?

A gente pode buscar extrair um pouco mais do elenco. Talvez valorizar mais os profissionais da casa, os funcionários.

O QUE IMPEDE?

Tem tanta coisa para fazer, mas sempre esbarra no lado financeiro. Se quer fazer algo a mais, não tem dinheiro, vai fazer como? Faz do jeito que dá.

AFLITOS

O quanto que o associado queria voltar… Se você fizesse uma pesquisa com 10 torcedores do Náutico, 11 gostariam que voltássemos aos Aflitos. E a gente está conseguindo entregar. Mesmo quando levantamos a bandeira da ‘Volta Pra Casa’ e várias pessoas acharam que eram temeridade, promessa de campanha. E a gente provou que não era, provou que queria realmente fazer. Está aí, os Aflitos praticamente pronto.

AÇÕES NO ANO

Fizemos muita coisa: ações com sócios, que em 2018 foi bem mais expressivo. Lançamos o terceiro uniforme, fizemos o ‘Jogando Junto’, valorizamos a sede, vamos entregar o Estádio dos Aflitos.

VENDA DE JOGADOR

O Náutico tem que ser um clube formador e não um clube consumidor. Ele tem que vender e formar jogador. A gente não pode, simplesmente, ir para o mercado e comprar comprar comprar, pedir empréstimo, pedir favor, não. Temos um centro de treinamento que é um dos melhores do Brasil, então temos que explorar isso. E tá aí.

PRATAS DA CASA

Hoje nós temos quatro a cinco jogadores prontos para o mercado. Robinho, Luiz Henrique, Tharcysio, Bruno e o Jefferson, que está emprestado para o Atlético-GO.

PROPOSTAS

Já recebemos proposta para Robinho, mas só “de boca”. Nada concreto ou oficial, ainda. Já Wallace será emprestado para os próximos quatro meses, diferente de Suéliton, que não pode.

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