O timing significa algo como "cronometragem". E foi o timing certo. No ano em que voltou a jogar partidas oficiais nos Aflitos, o Náutico voltou à Série B do Campeonato Brasileiro. Na partida de volta das quartas de final da Terceira Divisão nacional, na noite deste domingo (8), no estadio dos Aflitos, o Timbu venceu o Paysandu nos pênaltis e deixa para trás anos amargos na Série C. Em 2020, a Segundona vem.
A apreensão acompanhou o time e a torcida no segundo tempo de partida. Logo aos cinco minutos, parecia que a igualdade chegaria. Hereda cruzou rasteiro e Wallace Pernambucano chegou escorando na área. O centroavante caiu, mas o árbitro mandou seguir.
Mas, o sentimento de agonia ia crescer. Aos 10 minutos desta etapa, o Paysandu soube aproveitar uma oportunidade, Nicolas recebeu na pequena área e mandou de letra, ampliando para o Papão.
A tensão, contudo, foi minimamente amenizada aos 19 minutos. O Náutico ficou com a bola no campo ofensivo e insistiu para reduzir a cisma. O Timbu ficou com uma cobrança de lateral e, na sequência da jogada, Willian Simões levantou na área para uma boa cabeçada de Álvaro para a rede.
Só que mais uma vez, a trave figurativa foi atingida pelo Náutico. Até teve chance, com um cabeceio de Álvaro para fora aos 22 minutos e uma cobrança de falta de Jean Carlos por cima do travessão aos 39.
No último minuto de jogo, aos 49 minutos, pênalti para o Náutico. Uchôa usou o braço na área. A cobrança demorou muito. Confusão na área, dois expulsos, sendo um de cada lado: o alvirrubro Diego Silva e o bicolor Perema. Jean Carlos, com a bola sob o braço, foi para a cobrança depois dos 50 minutos e igualou o placar, levando a partida para os pênaltis.
A aflição deu lugar à euforia, com a decisão nas penalidades. Jean Carlos foi para a primeira cobrança e mandou para gol, batendo Mota mais uma vez. Caíque Oliveira foi o primeiro cobrador do Paysandu e seguiu bem devagar, marcando também. Jhonnatan balançou a rede pelo Timbu e Tony também pelo Bicolor.
Willian Simões bateu rasteiro e Mota caiu certo, mas a bola parou na rede. Já Wellington Reis parou nas mãos do goleiro Jefferson. Josa também fez e ficou nas mãos do arqueiro criado na base alvirrubra para decidir. Uchôa fez e a decisão voltou para o Náutico, nos pés de Matheus Carvalho.
E a mente do torcedor alvirrubro aflito foi em 2015 com o quase acesso à Série A. Depois, 2016, batendo na trave mais uma vez, ao perder o último jogo em casa. A queda vertiginosa em 2017 e a eliminação nas quartas de final da Série C 2018. A esperança era em Matheus Carvalho. E ele não decepcionou. Com a bola na rede, o jogador levou o Timbu de volta a Série B do Campeonato Brasileiro.
Náutico: Jefferson; Hereda, Diego Silva, Camutanga e Wilian Simões; Josa, Jiménez (Jhonnatan) e Jean Carlos; Thiago (matheus Carvalho), Álvaro e Rafael Oliveira (Wallace Pernambucano). Técnico: Gilmar Dal Pozzo
Paysandu: Mota; Tony, Perema, Micael e Bruno Collaço; Wellington Reis, Anderson Uchôa e Tomás Bastos (Thiago Primão) (Caíque Oliveira); Hygor Silva, Vinícius Leite (Diego Rosa) e Nicolas. Técnico: Hélio dos Anjos
Série C (quartas de final - volta) Local: estádio dos Aflitos, no Recife (PE) Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (RS) Assistentes: Leirson Peng Martins e Lúcio Beiersdorf Flor (ambos do Rio Grande do Sul) Gols: Álvaro, aos 19', e Jean Carlos aos 53' do 2T (N); Vinícius Leite, aos 24' do 1T, e Nicolas aos 10' do 2T (P) Cartões amarelos: Matheus Carvalho (N); Caíque Oliveira, Uchôa, Thiago Primão, Nicolas (P) Cartões vermelhos: Diego Silva (N); Perema (P). Público: 16.662. Renda: R$ 622.183.