Comissão disciplinar do COI examinará caso de nadadores americanos

Polícia Civil brasileira responsabilizou James Feigen e Ryan Lochte como "autores de falsa comunicação de um crime"
AFP
Publicado em 19/08/2016 às 21:19
Polícia Civil brasileira responsabilizou James Feigen e Ryan Lochte como "autores de falsa comunicação de um crime" Foto: Foto: MARTIN BUREAU / AFP


Uma comissão disciplinar do Comitê Olímpico Internacional (COI) analisará o caso da falsa comunicação de assalto, envolvendo quatro nadadores da delegação americana, entre eles o 12 vezes medalhista olímpico Ryan Lochte - informou um membro do COI nesta sexta-feira (19) à AFP.

"Haverá uma investigação sobre os quatro nadadores", garantiu o funcionário.

"Vamos ver se há material para uma sanção", completou.

A Polícia Civil responsabilizou James Feigen e Ryan Lochte como "autores de falsa comunicação de um crime", informou a corporação nesta sexta.

Lochte, que já se encontra nos EUA, divulgou hoje uma nota em sua conta no Twitter, com uma espécie de pedido de desculpas por seu comportamento.

 

Na quinta-feira, acompanhado de seus advogados, Feigen foi apresentado sozinho à juíza encarregada do caso. Na audiência, o nadador aceitou doar cerca de US$ 11 mil a uma instituição de caridade para poder deixar o país, de acordo com a Polícia.

Nesta sexta, porém, o Ministério Público do Rio decidiu recorrer do montante estipulado, considerando-o "insuficiente diante da gravidade e da repercussão negativa dos fatos". O MP exige R$ 150 mil, montante rejeitado pelo advogado do nadador, alegando que "o autor dos fatos não tem os recursos financeiros", segundo nota enviada à AFP.

Ouvidos pela Polícia na quinta-feira, Bentz e Conger foram autorizados ontem à noite a voltar aos Estados Unidos depois de rever e "atualizar" seu depoimento.

Seus passaportes "foram restituídos depois de uma autorização judicial", sem que qualquer acusação tenha sido prestada contra eles, acrescentou a Polícia.

"Em relação aos nadadores, confesso que tenho apenas pena e desprezo", comentou o prefeito do Rio, Eduardo Paes, ao ser questionado pela imprensa nesta sexta.

"É uma pena para eles terem esse tipo de falha de caráter, mas acho que é problema deles e do Comitê Olímpico americano decidir o que deve fazer", completou.

Ryan Lochte afirmou ter sido vítima de assalto à mão armada com outros três nadadores americanos, depois que o grupo saiu de uma festa na Casa França, na Lagoa, Zona Sul do Rio, uma informação que as investigações revelaram ser mentirosa.

Em entrevista à NBC, Ryan Lochte disse que ele e outros três nadadores americanos foram assaltados em uma falsa blitz, na madrugada de domingo, no Rio. Os atletas teriam sido coagidos pelos "policiais" com uma arma na cabeça.

Voltando de táxi de uma festa, Gunnar Bentz, Jack Conger, James Feigen e Lochte foram parados por falsos policiais, contou o medalhista. 

"O homem sacou a arma e apontou para a minha cabeça dizendo: deita", relatou Lochte, acrescentando que "ele levou meu dinheiro e minha carteira, deixou meu celular e minhas credenciais".

Posteriormente, a Polícia informou que vídeos do circuito interno de um posto de gasolina mostravam um segurança sacando uma arma para conter Lochte, que estava bêbado e agressivo, e seus colegas depois que eles tentaram ir embora após vandalizar o banheiro do local e urinar no estabelecimento.

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