LA PAZ, 18 dez 2016 (AFP) - O piloto do avião da companhia boliviana LaMia que caiu na cidade colombiana de Medellín com 77 pessoas a bordo no fim de novembro, incluindo o time da Chapecoense, não tinha as horas necessárias para realizar voos comerciais, declarou neste sábado o advogado de um dos copilotos.
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"Pudemos constatar que o piloto Miguel Quiroga (que morreu) não havia cumprido as horas de voo estabelecidas", afirmou à agência estatal de notícias ABI Omar Durán, advogado da família do copiloto Fernando Goytia, que também morreu no acidente. "Parece que, no ano de 2013, manda-se uma informação falsa, e, apesar de ele não ter as horas de voo, é habilitado como piloto", assinalou Durán.
CONHECIMENTO DA SITUAÇÃO
O advogado admitiu que Goytia tinha conhecimento da situação, mas optou por não revelá-la, para preservar a imagem da companhia aérea. "Goytia era funcionário da empresa, meticuloso, conhecia muito bem os aviões, enquanto Quiroga não tinha muita experiência", disse Durán.
O jornal La Razón reportou que Néstor Higa, advogado de Marco Antonio Rocha, um dos sócios da LaMia, procurado pela Justiça da Bolívia, teria sugerido que seu cliente já não se encontra no Paraguai - onde a polícia suspeita de que ele permanece -, e sim na Colômbia, e que teme retornar àquele país por falta de garantias constitucionais.
No começo de dezembro, a Direção de Imigração informou que, segundo seus registros, Rocha havia deixado Bolívia com destino ao Paraguai na semana anterior ao acidente. "A companhia aérea irá realizar os trâmites para que as famílias das vítimas sejam indenizadas em 165 mil dólares por pessoa morta", assinalou Higa em entrevista coletiva na cidade de Santa Cruz.