O francês Jules Bianchi, que luta pela vida desde domingo, quando sofreu um grave acidente no Grande Prêmio do Japão, foi diagnosticado com uma "lesão axonal difusa", quadro agudo de traumatismo cerebral, anunciou nesta terça-feira a família do piloto, em comunicado divulgado pela escuderia Marussia.
"Jules continua sob cuidados intensivos e seu estado é crítico, mas estável", explica o comunicado.
O piloto de 25 anos recebeu nesta terça-feira a visita do compatriota Gerard Saillant, que operou duas vezes Ronaldo 'Fenômeno' no joelho, e do neurocirurgião Alessandro Frati, que foi ao Japão ao pedido da escuderia Ferrari, matriz da Marussia.
"Os professores Saillant e Frati destacam a excelência do tratamento recebido por Jules no hospital e agradecem os colegas japoneses", acrescenta o comunicado.
"Um novo boletim médico sobre o estado de saúde de Jules será divulgado quando for necessário".
Quadro muito grave
Saillant é um dos fundadores do Instituto do Cérebro e da Medula Espinhal (ICM) e atendeu Michael Schumacher depois acidente de esqui que deixou o heptacampeão de F1 em coma, em dezembro do ano passado.
Jules Bianchi perdeu o controle do carro a 11 voltas do fim da prova, na pista molhada do circuito de Suzuka e bateu na parte traseira de um guindaste.
"É preciso entender que o quadro dele é muito, muito grave", tinha adiantado na segunda-feira, Matteo Bonciani, porta-voz da Federação Internacional de Automobilismo.
Na noite de segunda-feira, um vídeo feito por uma pessoa que assistia à corrida das arquibancadas foi divulgado na internet e mostra imagens fortes do choque do carro, em alta velocidade, com o guindaste.
Do lado de fora da pista, é possível ver que um comissário agitava uma bandeira verde, sinal de que era possível acelerar, ao invés da amarela.
As imagens do acidente não foram exibidas no sinal oficial das televisões que transmitem a prova, por decisão da Formula One Management (FOM), que pediu inclusive para que sites retirassem o vídeo amador do ar.
Críticas à organização do GP
O tetracampeão Alain Prost denunciou uma "grande falha" na organização do GP.
"A entrada dessa grua sem o carro de segurança estar na pista é totalmente inaceitável. É um grande erro que não pode se repetir", opinou.
O último acidente grave ocorrido em corrida tinha acontecido em julho de 2009, quando o brasileiro Felipe Massa foi atingido na cabeça por uma peça de suspensão do carro do compatriota Rubens Barrichello.
O paulistano teve o capacete destruído e levou um grande susto, mas acabou se recuperando bem e voltou a competir na temporada seguinte.
Graças a vários progressos realizados em termos de segurança, nenhum piloto morreu em corrida desde o falecimento trágico de Ayrton Senna, em 1994.