O prefeito do Rio, Eduardo Paes, classificou a demissão de operários do parque olímpico de Deodoro como uma "farsa para pressionar" a administração municipal.
Nesta quinta-feira (3), a construtora Queiroz Galvão oficializou a demissão de 70 funcionários do canteiros de obras do complexo esportivo de Deodoro, na zona oeste do Rio. Outros 500 operários receberam aviso prévio.
A Queiroz Galvão alega que o poder público está realizando com atraso os pagamentos referentes à obra.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, operários demitidos nesta manhã disseram que, segundo os relatos de funcionários da Queiroz Galvão, todos serão recontratados assim que a prefeitura do Rio quitar com suas obrigações.
Paes demonstrou irritação com a postura da empresa. "Eles não vão se dar bem. Não tem nenhum problema no pagamento da obra. Estamos em dia", disse o prefeito, no início desta tarde, em entrevista no canteiro de obras de Deodoro.
Na avaliação de Paes, a Queiroz Galvão anunciou as demissões para receber mais rápido os repasses correspondentes à construção do complexo esportivo.
"Não vai ter pressão para que a obra saia com contrato aditivado. Vamos pagar segundo as regras de controle. É assim que tem de ser feito", disse Paes, que entrou em contato com o representante da construtora.
"Liguei hoje para o presidente da Queiroz Galvão e disse a ele que a estratégia está errada. Se eu fosse ele, teria demitido seu assessor de comunicação", acrescentou Paes.
O prefeito ressaltou ainda que a obra de Deodoro, orçada em R$ 630 milhões, está dentro do cronograma estabelecido.