A maré ruim do principal nadador do país, Cesar Cielo, será avaliada com lupa, segundo Ricardo de Moura, diretor da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos).
"A questão do Cielo será tratada individualmente sob todos os pontos de vista. Primeiro, vamos escutá-lo. Vamos fazer a avaliação geral e depois cuidar do Cielo. Ele é um cara importante para a equipe", afirmou o dirigente.
"Como podemos dar uma arrumada nessa história? Como podemos salvar essa história toda? Tenho certeza de que vamos salvar [Cielo]. A gente tem que escutar dele o que ele efetivamente acha. Vamos deixá-lo primeiro se autoavaliar", concluiu.
Com a alegação de lesão em tendão do ombro esquerdo, o brasileiro deixou o Mundial de Kazan, na Rússia, na quarta-feira (5), após nadar apenas os 50 m borboleta, distância na qual terminou em sexto lugar. Ele nem chegou a defender o título mundial dos 50 m livre.
Depois de deixar a competição, Cielo enviou mensagens de apoio a alguns nadadores da delegação brasileira.
Via Whatsapp, ele desejou sorte e força a atletas que disputaram os 100 m livre. Outros competidores da delegação também teriam recebido as mensagens, como Felipe França, de quem Cielo é mais próximo.
Dentro da equipe brasileira, o gesto foi visto como importante para aumentar a interação dele com o grupo -na Rússia, por exemplo, ele ficou sozinho em quarto na Vila dos Atletas, enquanto os outros têm de dividir.
Do contingente que veio a Kazan, por exemplo, apenas Cielo não esteve presente ao Pan de Toronto, no mês passado.
Também foi o único que não viajou a Rio Maior, em Portugal, para a aclimatação para o Mundial. Ele e seu técnico, Arilson Silva, foram diretamente para a França, onde o velocista disputou o Aberto da França -justamente onde teria começado a sentir dor no ombro-, e depois foram para Eindhoven, na Holanda, fazer os ajustes finais.
Em Kazan, Cielo suou para passar das eliminatórias e semifinais dos 50 m borboleta, prova da qual era bicampeão mundial. Na decisão, ficou na sexta posição (23s21), quase meio segundo aquém de seu melhor tempo.
Ele pediu para não nadar o revezamento 4 x 100 m livre, que terminou em quarto lugar. Marcelo Chierighini, Matheus Santana, Bruno Fratus e João de Lucca compuseram o time. Cielo é o recordista mundial dos 100 m livre (46s91).
Foi justamente para alguns destes atletas que ele enviou as palavras de incentivo. O nadador deve ficar até três meses fora da natação competitiva, seja em treinos ou torneios, para se reabilitar, segundo o médico Gustavo Magliocca.