O alemão Nico Rosberg fez sua parte neste domingo (28), em Spa-Francorchamps. O piloto da Mercedes escapou dos contratempos da primeira volta do GP da Bélgica, com uma das primeiras voltas mais tumultuadas da temporada, sustentou a ponta da largada à bandeirada e aproveitou a distância para Lewis Hamilton, que largou em penúltimo lugar, para buscar sua sexta vitória do ano.
No entanto, o alemão foi ofuscado por uma reação incrível de Hamilton na 13ª corrida da temporada. Tirando vantagem de batidas, entrada de safety car e imprevistos com rivais, o inglês terminou a prova na 3ª colocação, atrás somente de Rosberg e do australiano Daniel Ricciardo, da Red Bull, após largar em 21º. Entre os brasileiros, Felipe Massa foi o 10º e Felipe Nasr, o 17º.
A grande performance deve aumentar ainda mais a confiança de Hamilton para a sequência do campeonato. Precisando chegar em 7º para sustentar a liderança do Mundial de Pilotos, ele chegou aos 232 pontos, com vantagem de nove sobre Rosberg, ao cruzar a linha de chegada em 3º. Para o alemão, o resultado serviu para reduzir a vantagem do companheiro de Mercedes e ainda encerrar a sequência de quatro vitórias seguidas do inglês.
O GP da Bélgica contou com uma das largadas mais tumultuadas da temporada 2016. Muitos toques entre os carros, pneus furados e saídas de pista movimentaram da segunda até a última posição do grid. Somente Nico Rosberg ficou imune ao agito, ao sustentar a primeira colocação, sem ser ameaçado.
Isso porque Verstappen, que largou ao seu lado, teve uma saída lenta e quase foi ultrapassado pelos dois carros da Ferrari. Numa disputa apertada, ele dividiu a pista com os dois rivais. Sebastian Vettel, por fora, pressionou Kimi Raikkonen contra o holandês e levou a pior. Caiu para o pelotão do fundo. O finlandês e Raikkonen precisaram ir aos boxes. O piloto da Ferrari até contou com princípio de incêndio em seu carro, mas se manteve na corrida.
A movimentada primeira volta da prova belga teve ainda o abandonos de Carlos Sainz Jr., Jenson Button e Pascal Wehrlein. As idas aos boxes e saídas de pista beneficiaram os pilotos brasileiros. Massa, que largou em 10º, já aparecia em 4º na segunda volta. E Nasr, que saiu em 16º, figurava em 11º.
O piloto da Williams, porém, resolveu fazer aposta arriscada ao correr para os boxes para a primeira troca de pneus logo no começo, diante do sinal de safety car virtual, em razão dos contratempos da primeira volta. Massa tirou os supermacios e colocou o pneu macio, pouco mais resistente.
O safety car virtual se tornou real quando Kevin Magnussen bateu forte na famosa curva Eau Rouge, na 7ª volta. Inicialmente, a maior parte dos pilotos foi para os boxes para aproveitar a oportunidade. Mas logo a direção de prova decidiu pela bandeira vermelha, paralisando a corrida na 10ª volta.
Os carros se enfileiraram no pit lane, nos boxes, e só voltaram à pista 15 minutos depois, ainda sob a liderança do safety car. Todo o tumulto das dez primeiras voltas em Spa beneficiaram diretamente dois pilotos do grid: Fernando Alonso e Lewis Hamilton. Largando das últimas posições, eles conseguiram se aproximar dos primeiros colocados após tantas reviravoltas, causadas pelas seguidas trocas de pneus dos rivais.
Quando o safety car deixou a pista, Alonso já aparecia em 4º e Hamilton, em 5º, sendo seguido por Massa. Rosberg liderava, com Ricciardo e Hülkenberg logo atrás. Alonso e Hamilton ascenderam rapidamente no pelotão porque largaram de pneus médios, os mais resistentes à disposição dos pilotos nesta etapa, e não pararam nas primeiras voltas.
Com a disputa liberada novamente, Hamilton logo superou a McLaren do espanhol e a Force India do alemão Nico Hülkenberg. E, mesmo depois de sua primeira parada, na 22ª volta, não demorou para trocar a 9ª pela 3ª posição, atrás somente de Ricciardo, da Red Bull, e Rosberg.
Nem mesmo a segunda parada nos boxes atrapalhou o crescimento do inglês na corrida. Ao trocar os pneus na 33ª volta, retornou atrás de Hülkenberg. Hamilton só precisou de uma volta para deixar o alemão novamente para trás. Daí em diante, o piloto da Mercedes se conformou com a posição, já que Ricciardo tinha dianteira de 10 segundos. Rosberg, quase passeando no traçado belga, sustentava liderança de quase 12 segundos.
Felipe Massa, por sua vez, conseguiu somar um ponto ao terminar na mesma 10ª posição em que largou. O brasileiro alternou bons e maus momentos, como a ultrapassagem sobre Vettel e a perda de posição para Sergio Pérez na metade da prova. Ele não teve ritmo suficiente para brigar com Raikkonen, Valtteri Bottas e Alonso, que disputaram a 7ª posição.
Felipe Nasr, após figurar em 11º, voltou a sofrer com a inconstância da Sauber. Para piorar, sofreu novamente punição por tirar os quatro pneus da pista, ao atacar uma das zebras do traçado. Ele já havia sido punido no sábado pelo mesmo motivo. Desta vez o erro lhe custou cinco segundos. Terminou em 17º, na última colocação.
A maior decepção do dia, contudo, coube a Max Verstappen. Maior atração da torcida belga, o piloto nascido na Bélgica mas radicado na Holanda perdera rendimento após o toque sofrido na primeira curva e não conseguiu mais se recuperar na corrida. Ele ainda levantou o público com uma boa briga com Raikkonen, e seguidos toques entre eles, mas não passou da 11ª posição, sem somar pontos, após largar em 2º.
A próxima etapa da temporada 2016 da Fórmula 1 será disputada já no próximo fim de semana, na Itália. A corrida em Monza está marcada para o dia 4 de setembro.
Confira a classificação final do GP da Bélgica:
1º - Nico Rosberg (ALE/Mercedes), em 1h44min51s058
2º - Daniel Ricciardo (AUS/Red Bull), a 14s113
3º - Lewis Hamilton (ING/Mercedes), a 27s634
4º - Nico Hülkenberg (ALE/Force India), a 35s907
5º - Sergio Pérez (MEX/Force India), a 40s660
6º - Sebastian Vettel (ALE/Ferrari), a 45s394
7º - Fernando Alonso (ESP/McLaren), a 59s445
8º - Valtteri Bottas (FIN/Williams), a 60s151
9º - Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari), a 61s109
10º - Felipe Massa (BRA/Williams), a 65s873
11º - Max Verstappen (HOL/Red Bull), a 71s138
12º - Esteban Gutiérrez (MEX/Haas), a 73s877
13º - Romain Grosjean (FRA/Haas), a 76s474s 0
14º - Daniil Kvyat (RUS/Toro Rosso), a 87s097
15º - Jolyon Palmer (ING/Renault), a 93s165
16º - Esteban Ocon (FRA/Manor), a 1 volta
17º - Felipe Nasr (BRA/Sauber), a 1 volta
Não terminaram a prova:
Carlos Sainz Jr. (ESP/Toro Rosso)
Jenson Button (ING/McLaren)
Pascal Wehrlein (ALE/Manor)
Kevin Magnussen (DIN/Renault)
Marcus Ericsson (SUE/Sauber)