“Neymar da Corrida”, “Michael Phelps brasileiro”, “Usain Bolt da Paralimpíada”. O público no Rio, que já tinha se destacado por torcer de maneira peculiar na Olimpíada, encontrou um outro jeito de apoiar os atletas nesta Paralimpíada. As grandes estrelas da competição, os atletas paralímpicos, foram “rebatizadas” pela torcida e ganharam apelidos que os comparam a outros atletas mundialmente vitoriosos. Em comum, apenas as coleções de medalhas.
Apesar de se dizerem honrados com a homenagem, os atletas paralímpicos afirmam que não gostam de ser comparados com outros esportistas. Um dos exemplos é o maior medalhista paralímpico brasileiro, o nadador Daniel Dias. O atleta é frequentemente chamado de “Michael Phelps brasileiro”. Em termos de números, Phelps sai na frente de Daniel Dias. Enquanto o norte-americano tem 28 medalhas olímpicas, sendo 23 de ouro, o brasileiro tem 16 paralímpicas, das quais 11 de ouro.
Daniel Dias, que nasceu com má formação congênita dos membros superiores e na perna direita, disse não querer assumir essa “nova identidade”. “É uma grande honra ser comparado a um grande atleta como Phelps. Mas eu sei do meu valor. Sou o Daniel Dias e quero construir o meu espaço”, afirmou.
Mais rápido velocista do esporte paralímpico, o irlandês Jason Smyth já virou “Usain Bolt da Paralimpíada”. Assim como o jamaicano, Smyth é o atleta mais disputado pelos jornalistas ao final das competições.
Como Bolt costuma fazer, acabada a prova dos 100 metros, na categoria T13, na última sexta-feira, em que ganhou medalha de ouro, Smyth circulava pelos bastidores do Engenhão com a medalha e a bandeira da Irlanda enrolada no corpo. Também parava para quem quisesse ouvi-lo, com simpatia e atenção - atitude idêntica à de Bolt.
A comparação do atleta paralímpico Daniel Martins é baseada na aparência física e não no esporte. O medalhista de ouro dos 400 metros na categoria T20 é parecido com Neymar. “Não sou o Neymar, somos diferentes. Mas sempre levo na brincadeira. Estou acostumado com a comparação”, disse o atleta.