Aos 21 anos, o pernambucano Gabriel Pinheiro já acumula feitos importantes no judô. Foi medalhista em etapas do Circuito Mundial e é o único homem do Estado a ter chegado à seleção brasileira sênior. Ainda assim, o atleta continua buscando outros sonhos. Um deles vem, pouco a pouco, tornando-se realidade. Gabriel sempre nutriu o desejo de ajudar os mais necessitados. Até que idealizou o projeto Campeões para o Futuro. A proposta é levar as técnicas e, sobretudo, os valores do judô a crianças de comunidades carentes. As aulas acontecem há sete meses e são dedicadas a alunos, de sete a 15 anos, da Dancing Days, na Imbiribeira, Zona Sul do Recife.
Para tirar esse sonho do papel, Gabriel precisou encontrar um espaço onde pudesse, ao lado do também judoca Cléryston Matheus, realizar os treinos com as crianças. Ele levou o projeto para Emília Queiroz, diretora do curso de Direito de uma faculdade do Recife, do qual o judoca é aluno, e conseguiu o apoio. As aulas de judô acontecem todas as terças e quintas-feiras, às 11h30, nas dependências da instituição.
A iniciativa foi contagiando os alunos de outros cursos da faculdade, que também deram parcelas de contribuição. “O pessoal de Moda costurou os quimonos. Os estudantes de Publicidade e Propaganda desenvolveram a logomarca do projeto. Tudo foi acontecendo aos poucos e a iniciativa foi ganhando vida”, contou Gabriel.
Apesar de ter uma rotina atribulada, com as aulas do curso de Direito e os treinos de atleta de alto rendimento, o pernambucano elegeu o projeto como uma de suas prioridades. Ele monta os treinos e, na maioria das vezes, quem dá as aulas é Cléryston. “Não é fácil. Mas procuro sempre ajudar os meninos. Viajo ou estou em treinamento, mas, sempre que é possível, estou lá com eles”, declarou.
Atualmente o Campeões para o Futuro atende 12 crianças da Dancing Days. As aulas começaram com seis alunos e, aos poucos, os demais foram chegando. “Infelizmente não podemos ‘abraçar’ todas as crianças da comunidade. Ainda não temos recursos para atender mais gente. Não temos quimonos para todos, nem espaço. Quem sabe um pouco mais à frente?”, indagou.
No momento, a grande preocupação do judoca é conseguir um tatame adequado para os meninos treinarem. As aulas acontecem em um equipamento de jiu-jítsu, que é uma luta de chão. “O tatame de jiu-jítsu não absorve muito o impacto das quedas. Os meninos ficam um pouco expostos à lesão, por não ter amortecimento”, lamentou.
Doações de quimonos, outros materiais ou qualquer contribuição são bem-vindas. Para ajudar, basta entrar em contato com a coordenação do curso de Direito da Devry|FBV.