Cavalos do GP Bento Magalhães recebem tratamento vip

Animais vêm do Sul do País e têm uma carreira de seis anos
Matheus Cunha
Publicado em 10/12/2016 às 8:14
Animais vêm do Sul do País e têm uma carreira de seis anos Foto: Divulgação


O GP Bento Magalhães é considerado o maior do turfe nordestino. Ao todo, 47 edições já foram disputadas. E amanhã, a 48ª acontece no Jockey Club de Pernambuco com 66 cavalos. Animais musculosos, de grande porte e criados apenas para corridas. Muitos chegam a custar uma fortuna e requerem uma série de cuidados e regalias. 

Os cavalos que irão competir no Bentão de domingo são todos da mesma raça: puro sangue inglês. Eles vêm de criadores no Sul do País, como Rio Grande do Sul e Paraná. O clima frio ajuda na criação e no desenvolvimento dos animais. Por serem voltados para competições, alguns possuem valores altos. Podem chegar até a R$ 100 mil. Mas há também alguns mais baratos, custando R$ 1 mil.

Os valores permanecem altos quando se calcula o custo de cuidados e regalias que eles precisam ter. Em semanas que antecedem grandes competições hípicas, o trato com os animais é grande. Eles usam ataduras nas patas com substâncias relaxantes para “soltar” a musculatura. Além disso, tomam complexos vitamínicos para melhorar o desempenho no GP. 

Há também aqueles cavalos que se sentem estressados. Param de comer, ficam mais ariscos e só aceitam a presença do treinador na cocheira. Para evitar isso, eles são levados para passear pelo jóquei. Outro fator importante na preparação é com o som. Barulhos de motores de carros ou de buzinas não são bem quistos pelos bichos, já que contribuem para deixa-los mais nervosos e agitados. 

O tempo médio da carreira de um animal desse porte pode variar de um a seis anos. O auge competitivo pode ser atingido aos três ou quatro, quando o animal já está desenvolvido fisicamente e mais “calejado”. Quando eles se aposentam, são vendidos para fazendas de criação de gado. Sempre com valores bem abaixo do pago inicialmente. 

As fêmeas são mais fáceis de serem revendidas, por conta do seu caráter reprodutor. Porém, por entrarem no cio algumas vezes durante o ano, comprometem o seu rendimento nas competições. Mesmo com os proprietários fazendo a retirada dos óvulos, as éguas não se saem bem nas corridas. Em alguns casos, elas são até retiradas do páreo. 

O currículo do animal não é levado em consideração na hora da venda, já que ele terá uma função diferente nas fazendas. 

POUCO RETORNO FINANCEIRO

O custo é alto e o retorno é mínimo. Para se ter ideia, a premiação para o vencedor do Bento Magalhães de amanhã é de R$ 8.500. Sem falar também nos valores pagos em transportes. A distância e a complexidade do serviço elevam bastante o preço. 

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