Mãe e shaper são 'anjos' na carreira de surfista pernambucano

Deyvison Santos é o terceiro melhor do Brasil na categoria júnior
Luana Ponsoni
Publicado em 13/08/2017 às 8:46
Deyvison Santos é o terceiro melhor do Brasil na categoria júnior Foto: Guga Matos/JC Imagem


Ainda que lhe falte muito na vida de atleta, o pernambucano Deyvison Santos está entre os melhores surfistas do País na categoria júnior. Filho de pais separados e membro de uma família humilde, que mora de aluguel na praia do Xaréu, no Cabo de Santo Agostinho, o pernambucano conta com a ajuda de uma espécie de “corrente do bem” para chegar aonde está no esporte. A primeira pessoa por quem sente gratidão é a mãe, Josenilda Maria. Também não esquece de exaltar o apoio de Ricardo Marroquim. Mais que um shaper, ele é apontado pelo pernambucano de 18 anos como uma espécie de pai.

Quando possuía um bar na praia do Xaréu, Josenilda ajudava como podia o filho a participar das competições de surfe. Também não deixava faltar alimento para a família. “Nas competições, a gente tem que estar com o psicológico bom. Muitas vezes, estou em uma viagem, pensando na família, que está precisando de uma aluguel, de uma feira. Tem muitos campeonatos que eu não posso ir por conta disso. Minha mãe precisa de mim. Muitas vezes, deixo de competir para deixar o dinheiro em casa. Foi por causa da minha mãe que eu cheguei aonde estou. Foi por causa dela que eu continuei (no surfe). Então, eu quero honrá-la o máximo que eu puder”, declarou Deyvison.

Outra pessoa que vem atuando como um “anjo” na carreira do pernambucano é o fabricante de pranchas Ricardo Marroquim. O shaper conheceu Deyvison em 2012, por meio de um amigo. “Ele surfava com dois toquinhos e eu disse que me desse que eu iria reformar. Desde então, dou as pranchas dele. O engraçado é que, antes disso, ele já se destacava usando as minhas pranchas. Desde então, ajudo como posso. Não sou rico, vivo da minha arte. Mas faço por amor”, comentou Marroquim.

Apesar de estar sempre incentivando Deyvison, o shaper não fazia ideia da real situação do surfista. Ele só soube depois que o jovem ganhou a segunda etapa do CBS Tour, no começo de julho, em Maracaípe. “Depois do título, ele se abriu comigo. Então, usei as redes sociais para fazer um apelo”, relatou. A iniciativa deu certo. Deyvison recebeu algumas doações, inclusive de pessoas de fora do País. Também tem cestas básicas garantidas até dezembro deste ano. “Ele (Marroquim) é como um pai para mim. Não me ajudou mais no começo porque não abri meu coração. Há um mês, eu não tinha o que comer. Ele buscou pessoas que viessem a mim. Só tenho a agradecer”, contou Deyvison.

Doações podem ser feitas por meio da conta-poupança 91337-4, agência 1580, da Caixa Econômica Federal.

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