Com um final de ano iluminado, o pernambucano João Lucas Reis encerrou, em novembro, sua segunda temporada completa em alto nível no tênis. E não poderia terminar de forma melhor. Pelo juvenil, vai iniciar 2018 entre os 30 melhores do mundo até 18 anos, sendo o segundo melhor brasileiro ranqueado. No profissional, com os sete pontos garantidos em Futures em São Paulo, tornou-se o segundo maior do Estado em pontos na ATP, atrás apenas de José Pereira, irmão de Teliana.
Em 2017, uma rotina de torneios muito desgastante. Ao todo, o pernambucano de 17 anos percorreu mais de 81 mil quilômetros só pela ITF, no juvenil. Entre janeiro e outubro, passou por 15 países. Foram 46 competições, com 38 partidas vencidas e oito campanhas de destaque, com semifinais no Paraguai (Asuncion Bowl) e França (ITF Junior Cap d’Ail); finais na Argentina (Sudamericano Individual e Argentina Cup), Chile (Copa FTCH) e Uruguai (Uruguay Cup); títulos no Brasil (Bahia Juniors Cup) e na Argentina (duplas na Argentina Cup) e até participações em Grand Slams, parando no qualificatório em Roland Garros e US Open e jogando a chave principal do juvenil de Wimbledon.
“O ano começou irregular, e desperdicei várias oportunidades de ir bem. Fui pra duas giras na Europa de dois meses, e foi uma ótima experiência. Mesmo sem bons resultados, consegui aproveitar bastante. Acho que a pressão atrapalhou um pouco, e não me via bem nos torneios, jogando no meu melhor nível. No final da temporada, consegui crescer, com uma ótima sequência de torneios, recuperando meu ranking. Saí muito confiante para tentar evoluir também entre os profissionais”, afirmou João Lucas em entrevista ao JC no Squash Tennis Center, na Zona Sul do Recife.
Nos dois primeiros torneios como profissional em 2017, João foi bem além das expectativas. Em Santos, conquistou seu primeiro ponto na ATP ao furar o qualificatório do Future (primeiro nível de campeonato do circuito profissional, atrás dos Challengers e dos torneios da ATP) da cidade. Na semana seguinte, chegou na semifinal em São Paulo, garantindo os sete pontos que o fizeram ser o segundo melhor pernambucano da história, passando Fernando Albuquerque.
“Consegui jogar o meu melhor tênis e fazer ótimos resultados no final do ano. No primeiro torneio, fiquei bem feliz por ter conseguido o primeiro ponto. É o primeiro passo, e geralmente é bem difícil de conseguir. Para mim, foi meio rápido, e até me surpreendi um pouco. Logo na segunda semana, me vi jogando no mesmo nível que os caras. Isso deu confiança para crescer nos momentos importantes. Foi incrível”, comemorou.
Para 2018, a estratégia muda. No juvenil, só os maiores torneios, com Grand Slams e as competições preparatórias. Foco agora é começar a se acostumar com os jogos entre os profissionais, com algumas giras em Futures. “Tenho calendário novo pro ano que vem. Provavelmente entro direto em todos os Grand Slams, onde espero ir bem, porque tenho capacidade para isso. Depois, começar a transição pro profissional, assim como fiz no final desse ano. No término de 2018, quero tentar também furar alguns qualificatórios de Challengers”, finalizou.