Rafaela Silva aponta ser vítima de preconceito após abordagem policial

Judoca contou que foi parada por PMs após pegar um táxi no Rio de Janeiro e só seguiu viagem depois de ser reconhecida como atleta
Estadão Conteúdo
Publicado em 22/02/2018 às 21:56
Judoca contou que foi parada por PMs após pegar um táxi no Rio de Janeiro e só seguiu viagem depois de ser reconhecida como atleta Foto: Reprodução/Facebook


A campeã olímpica Rafaela Silva foi vítima de uma cena, no mínimo, constrangedora nesta quinta-feira. A judoca afirma que foi parada por uma viatura da Polícia Militar, no Rio de Janeiro, no caminho de sua casa e usou as redes sociais para desabafar: "Esse preconceito vai até onde?"

Em seu perfil oficial no Twitter, Rafaela Silva narra toda a história. Ela conta que ao chegar no Rio de Janeiro pegou um táxi no Aeroporto Internacional do Galeão, na Ilha do Governador, para ir até a sua casa, localizada no bairro de Jacarepaguá. A abordagem policial aconteceu na Av. Brasil e a judoca só conseguiu seguir viagem depois de ser reconhecida como "aquela atleta da olimpíada".

"Chegando hoje (quinta-feira) no Rio de Janeiro, peguei um táxi pra chegar em casa! No meio da av Brasil um carro da polícia passou ao lado do táxi onde estou e os policiais não estava (sic) com uma cara muita simpática, até então ok", disse Rafaela Silva, que não se atentou para o fato. "Continuei mexendo no meu celular e sentada no Táxi, daqui a pouco ligaram a sirene e o taxista achou que eles queriam passagem, mas não foi o caso, eles queriam que o taxista encostasse o carro".

"Esse preconceito vai até aonde?", desabafou a atleta

O constrangimento, segundo Rafaela Silva, começou em seguida. "Quando o taxista encostou eles chamaram ele pra um canto, quando olhei na janela outro policial armado mandando eu sair de dentro do carro, levantei e sai, quando cheguei na calçada ele outro pra minha cara e falou... trabalha aonde? Eu respondi... não trabalho, sou atleta! Na mesma hora ele olhou pra minha cara e falou... vc é aquela atleta da olimpíada né? Eu disse... sim, e ele perguntou... mora aonde? Eu falei, em Jacarepaguá e estou tentando chegar em casa".

"Na mesma hora o policial baixou a cabeça entrou na viatura e foi embora! Quando entrei no carro novamente o taxista falou que o polícia perguntou de onde ele estava vindo e onde ele tinha parado pra me pegar. E o taxista respondeu... essa é aquela de judô, peguei no aeroporto e o polícia falou... ah tá! Achei que tinha pego na favela", escreveu Rafaela Silva.

"Isso tudo no meio da av Brasil e todo mundo me olhando, achando que a polícia tinha pego um bandido, mas era apenas eu, tentando chegar em casa", afirmou a judoca, que encerrou a história com um desabafo. "Esse preconceito vai até aonde?"

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