Torcedor sem ingresso acompanha maratona aquática em Copacabana

Manhã tipicamente carioca, a praia de Copacabana estava cheia para acompanhar a maratona aquática
ABr
Publicado em 15/08/2016 às 14:52
Manhã tipicamente carioca, a praia de Copacabana estava cheia para acompanhar a maratona aquática Foto: Foto: Marcelo Brandão / Agência Brasil


As atletas deram quatro voltas nas águas de Copacabana. O público, pagante ou não, não as perdia de vista. Apenas quando passavam em frente à praia era possível ver as nadadoras, protegidas por várias pequenas embarcações, nadando em um ritmo bastante intenso.

Foi uma manhã tipicamente carioca. Apesar de ser segunda, a praia estava cheia e sol brilhava forte.

O carioca Marcos está acostumado com essas águas. Ele nada quatro vezes por semana em Copacabana e, de acordo com ele, o mar estava propício para a prova. “É mais cansativo nadar no mar, porque você tem que levantar a cabeça para se orientar, e aí a perna acaba afundando”, explicou.

Ele acreditava em uma medalha para o Brasil e, por algum tempo, enquanto as brasileiras Ana Marcela Cunha e Poliana Okimoto lideravam a prova, a dobradinha parecia garantida. Já Raul, baiano que mora no Rio de Janeiro e se aproximou para uma conversa, não acreditava. “Essas brasileiras são fogo de palha”, dizia, incrédulo.

Foram duas horas olhando para o mar e conversando. Mesmo quem não quis pagar ingresso, torciam e aplaudiam quando as atletas passavam, e batiam papo, em uma segunda-feira  com cara de domingo. As brasileiras perderam muitas posições, mas Poliana voltou a ter chances. “Quem sabe um bronze, né?”, ainda acreditava Marcos. “É, quem sabe?”, respondeu Raul, mais esperançoso.

“Elas vão chegar muito cansadas depois dessa prova, o corpo fica sem defesa nenhuma, vão precisar se reidratar. E ficam até meio desorientadas por ficarem tanto tempo na horizontal. Mas em cerca de 15 segundos elas se recuperam disso”, disse Marcos. Ao fim, o resultado preliminar ainda mostrava Poliana Okimoto em quarto lugar, para frustração geral.

Enquanto isso, um pequeno grupo de holandeses comemoravam, com suas bandeiras nacionais e camisas laranjas, a vitória de Sharon van Rouwendaal. “Deixa. Eles merecem”, disse Raul, antes de se despedir e deixar a praia. Só ficaria sabendo da medalha brasileira longe da praia.

O resultado final, confirmando o bronze para o Brasil, só foi divulgado minutos depois, quando muitos já haviam se despedido após uma agradável manhã em areias cariocas. Pouco depois, nos bares à beira-mar, brasileiros puderam comemorar em frente às televisões a medalha brasileira. Fim de prova, mas apenas o início de um belíssimo dia de praia no Rio de Janeiro.

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