CAS rejeita recurso e confirma exclusão da Rússia da Paralimpíada do Rio

A Rússia está definitivamente banida dos Jogos Paralímpicos do Rio como punição por um programa de uso de substâncias proibidas que contou com apoio estatal
Estadão Conteúdo
Publicado em 23/08/2016 às 10:47
A Rússia está definitivamente banida dos Jogos Paralímpicos do Rio como punição por um programa de uso de substâncias proibidas que contou com apoio estatal Foto: Foto: AFP


A Rússia está definitivamente banida dos Jogos Paralímpicos do Rio como punição por um programa de uso de substâncias proibidas que contou com apoio estatal, depois de fracassar em seu recurso no mais alto tribunal esportivo. 

Nesta terça-feira, a Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) anunciou seu veredicto urgente sobre o recurso contra a exclusão do evento marcado para o período entre 7 e 18 de setembro. A audiência do caso foi realizada na última segunda-feira, no Rio.

O tribunal disse que seus juízes decidiram que o Comitê Paralímpico Internacional (IPC) "não violou qualquer regra processual" na decisão, de duas semanas atrás, de proibir a participação da equipe russa. "Decisão de banir foi tomada de acordo com as regras do IPC e foi proporcional às circunstâncias", disse o tribunal em um comunicado. 

Um recurso do Comitê Paralímpico da Rússia ao tribunal federal da Suíça é possível, embora improvável antes da abertura dos Jogos, disse Alexei Karpenko, um advogado representante dos atletas russos, em entrevistas à TV. 

A suprema corte suíça poderia intervir se considerar que houve abusos no processo legal, mas não julgaria o mérito das evidências, que levaram o painel da CAS a se declarar satisfeito com as comprovações de que as autoridades participaram do esquema de doping. O recurso russo "não apresentou qualquer evidência que contradiz os fatos em que a decisão do IPC se baseou" disse a corte. 

A entidade paralímpica mundial usou evidências de uma investigação da Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) sobre um programa de uso de substâncias proibidas orquestrado pelo Estado russo, que incluía o encobrimento de casos de resultados positivos que ocorreram entre 2011 e 2015.

As autoridades russas também manipularam resultados de testes relativos aos Jogos de Inverno de 2014, em Sochi, trocando amostras de exames no laboratório oficial credenciado pela Wada, disse o inquérito.

O IPC declarou há duas semanas que tinha evidências de testes de doping manipulados relativos a 44 atletas russos, incluindo 27 de competidores de oito esportes que fazem parte do programa paralímpico.

Nesta terça-feira, o presidente do IPC, Philip Craven, disse que a decisão da CAS foi "um dia triste para o movimento paralímpico, mas nós esperamos também que seja um novo começo".

"A decisão de hoje sublinha a nossa forte crença de que o doping absolutamente não tem lugar no esporte paralímpico, e melhora ainda mais a nossa capacidade de garantir a justa competição em igualdade de condições para todos os atletas em todo o mundo", afirmou Craven em um comunicado. 

Ainda assim, "não é um dia de comemoração e temos uma enorme simpatia pelos atletas russos que agora vão perder os Jogos Paralímpicos Rio-2016", acrescentou o dirigente britânico. 

Craven também é membro do Comitê Olímpico Internacional, que preferiu não adotar um punição tão dura para os Jogos Olímpicos do Rio, encerrados no último domingo, diante do relatório da investigação de Richard McLaren para a Wada. 

Em vez disso, o COI liberou cada entidade esportiva para definir se os atletas poderiam competir. Só as equipes de atletismo e de levantamento de peso da Rússia foram completamente excluídas. A Rússia encerrou a Olimpíada em quarto lugar no quadro de medalhas, com um total de 56, sendo 19 de ouro. 

Com a Rússia excluída da Paralimpíada, o IPC afirmou que agora vai "redistribuir as 267 vagas que haviam sido garantidas para os atletas russos competir".

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