Mesmo com a péssima campanha do Santa Cruz na Série A, Léo Moura foi um dos destaques da equipe em 2016. Em entrevista exclusiva ao SJCC, o lateral fez uma análise do ano, falou sobre o futuro e agradeceu o carinho da torcida coral.
Não foi um ano muito positivo (para o clube), mas tenho que olhar pelo lado pessoal. É natural, quando se chega em um novo clube de massa, como o Santa Cruz, que a torcida fique desconfiada pela minha idade. Mas quando cheguei aqui deixei claro que isso iria acabar quando entrasse no campo. Pude mostrar meu trabalho e o que eu ainda posso jogar até o final da carreira.
Tivemos um início muito bom. Já cheguei aqui com o time ganhando dois títulos (Copa do Brasil e Nordestão), depois começou bem o Brasileiro. Acho que a equipe se perdeu um pouco durante a competição, principalmente perdendo alguns pontos cruciais dentro de casa. O Brasileiro é um campeonato difícil, e pequenos erros são fatais.
Essa nova posição (saiu da lateral e foi para o meia) foi uma ideia do Adriano (Teixeira, técnico), que me colocou assim no final do campeonato. É um posição que já joguei, não tem mistério. Felizmente, deu certo. Saíram os (três) gols.
Conversei com a diretoria e existe o interesse do Santa Cruz para que eu permaneça pro ano que vem. Mas pedi para que eles esperassem terminar o ano para que a gente possa ver o que vai acontecer. Para que a gente pense no ano de 2017, primeiro tem que sanar (os salários atrasados de) 2016.
Fui recebido de braços abertos e a família está adaptada a cidade. Tive um momento especial aqui, com o nascimento de um filho pernambucano. Lucca nasceu aqui e somos felizes por receber muito carinho de todos. Mas tenho que pensar no futuro, ver o que realmente o Santa Cruz pode propor, e só depois definir o meu futuro no futebol.
Quero jogar mais dois anos. É o que eu penso de imediato, mas a gente nunca sabe o que vai acontecer daqui pra frente. A única certeza que tenho é que depois de parar de jogar não quero estar na beira do campo. Ser treinador ou auxiliar está descartado. Posso até ser dirigente ou empresário, trabalhando com atletas. Mas não dentro de campo.
A torcida sempre me acolheu nas ruas e dentro do estádio. Lógico que eu queria ver o Arruda lotado como via pela televisão, mas infelizmente não consegui ver esse ano. Quem sabe no futuro a gente consiga ver de alguma forma. Só tenho agradecer a torcida pelo carinho que sempre teve comigo. Procurei, da minha forma, retribuir dentro de campo.