Grafite voltou para casa. O atacante foi apresentado pelo Santa Cruz nesta segunda-feira no Arruda, em uma cerimônia que contou a presença do diretor de futebol, Jomar Rocha, e de alguns torcedores. Ele falou sobre o atual momento que atravessa, uma possível aposentadoria no final do ano, pressão da torcida e briga contra o rebaixamento. Abaixo, confira uma série de pontos abordados na apresentação.
Sempre tive o sentimento de querer voltar ao Santa Cruz. O fato do clube aceitar que eu voltasse foi determinante para que eu fechasse. Todos sabem do carinho que tenho pelo clube. Estar em casa, jogando em um clube que eu sempre gostei... Não teria melhor opção para, quem sabe, terminar minha carreira aqui no final do ano.
Ano passado eu tinha isso em mente também, só que fiz uma temporada muito boa, mesmo com o consequente rebaixamento da equipe no final do ano. Surgiu a oportunidade do contrato com o Atlético-PR, de jogar uma Libertadores novamente. Se eu conseguir repetir isso nesses últimos quatro meses de campeonato que restam, fazer bons jogos, voltar a marcar gols e terminar bem o ano a gente pode pensar em continuar. Já apareceram alguns projetos para o pós-futebol. A tendência é que eu deixe acontecer até o final do ano, ver como é que vai passar.
Os números de 2015 e de hoje têm uma certa similaridade. São bem parecidos. Só que era outra equipe, outra situação. Em 2015 não foi só o fato de eu chegar que o Santa Cruz voltou para a Série A. Foi uma mistura da minha chegada, do (Marcelo) Martelotte e de alguns jogadores que a equipe tinha naquela época. Hoje o momento é outro, a situação é um pouco mais delicada, mais difícil. Mas eu espero que, com a minha volta, eu possa estar agregando junto com os companheiros no vestiário, no dia a dia e dentro de campo principalmente. [INTERTITULO2]
É normal ter um certo receio com a minha volta, já que o ano de 2017 para mim não está tão bom quanto o ano passado. Tive um primeiro semestre no Atlético-PR, onde não consegui render tudo aquilo que podia. Mas sei do meu potencial, da minha qualidade, do que eu posso acrescentar para a equipe. Acho normal a desconfiança de alguns torcedores, porque os números esse ano mostram que só marquei um gol em não sei quantos jogos pelo Atlético-PR.
Meu último treinamento com o Atlético-PR foi no dia 7 de julho e depois eu parei durante 12 ou 13 dias, porque tive que fazer uma viagem para Dubai. Já estou treinando há três semanas a parte física. Vou sentir falta ainda do ritmo de jogo, do contato com bola. Acho que nos próximos dez dias vou ter condições de atuar alguns minutos. Talvez para esse jogo contra o Guarani não terei condições de estar pronto, mas acho que no próximo, contra o CRB, já terei condições de poder estrear.
Para a gente pensar no acesso, primeiro temos que sair da zona em que estamos. Somos o primeiro time fora do Z-4 hoje, junto com o Luverdense (23 pontos) e não tão longe da zona de acesso. São oito ou nove pontos para o primeiro que sobe. O momento hoje é de pensar em permanecer na Série B.
A questão judicial que ficou do ano passado foi o primeiro tema que nós conversamos e eu abri mão de algumas coisas sim e o clube também abriu mão e cedeu em outras. Já está tudo acordado, não terá problema algum. A gente sabe que o lado financeiro influencia bastante, mas no meu caso, como foi em 2015, eu nunca pensei no lado financeiro para vir para o Santa Cruz.