Em entrevista ao Jornal do Commercio, o membro do núcleo de gestão, Ítalo Mendes, negou que o Santa Cruz foi excluído do Programa de Modernização da Gestão e Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (Profut). A resposta foi dada depois que o jornalista especializado em economia esportiva, Rodrigo Capelo, publicou na conta pessoal no Twitter a saída do clube pernambucano. Segundo o dirigente coral, o Tricolor do Arruda não recebeu nenhuma notificação confirmando a exclusão. Por meio de nota, o Ministério do Esporte informou que a Autoridade Pública de Governança do Futebol (Apfut) não comenta casos ainda não encerrados.
"Em nenhum momento o Santa Cruz ainda foi formalizado pela Apfut. Claro que ao longo desse período de 2015 cá existem uma série de exigências a serem cumpridas. E que está sendo feita. Pessoalmente, liguei para Apfut e ainda não saiu nenhuma decisão oficial. O clube não pode ser excluído sem esgotar as possibilidades de defesa", afirmou Mendes.
Segundo Ítalo, e confirmado pela reportagem do JC no Diário Oficial da União, existe um inquérito aberto pela Apfut contra o Santa Cruz e outros clubes brasileiros. Porém, o membro do núcleo gestor garantiu que a Cobra Coral realizou a defesa, mas não recebeu nenhuma resposta.
"Recentemente, o processo administrativo foi instaurado requerendo uma série de exigências e a exclusão do Profut. Fizemos a defesa e ainda não teve uma resposta oficial. Isso é uma coisa que cabe muitas ações", contou o dirigente.
O jornalista divulgou que o Santa Cruz não cumpriu a norma que obriga os clubes que aderiram ao Profut a não terem um prejuízo maior que 10% do orçamento do ano anterior. Ele ressaltou que a Cobra Coral prestou a defesa, mas o plano de recuperação não foi aceito pela Apfut.
"O Santa Cruz teve R$ 4,6 milhões de déficit em 2017, equivalentes a 12% sobre os R$ 36,9 milhões arrecadados em 2016. Quebrou a regra e precisava se defender", escreveu Rodrigo Capelo. "É preciso averiguar as contas, mas a lei não pode ser tão rígida por conta de 2%", rebateu Ítalo Mendes.
O dirigente do Santa Cruz garantiu que o parcelamento do Profut está sendo pago com a verba da Timemania. O atraso só acontece quando a Justiça do Trabalho bloqueia a verba para abatimento das dívidas. "Temos conseguido pagar com os recursos da loteria, que gera uma receita de cerca de R$ 180 mil por mês. A dificuldade só ocorre quando o dinheiro é retido pela Justiça", explicou.
Caso seja confirmada a exclusão, o Santa Cruz perderá todos os descontos dados pelo Governo Federal com a adesão ao Profut e a divida tributária, que pode ser parcelada em até 20 anos seguindo o programa, irá aumentar. Como também o clube pode sofrer penhoras e bloqueios judiciais. Segundo o jornalista Rodrigo Capelo, até o fim de 2017 esse valor estava em cerca de R$ 29 milhões. A direção coral garante que está pronta para se defender no caso.