Eduardo Baptista começou a escrever a história de sua segunda passagem no Sport. Na apresentação oficial, na última quinta-feira (15), ele admitiu que errou ao deixar o Leão, em 2015, sem dar satisfação ao então presidente. Ainda revelou conversa com o pai antes do acerto e negou que esteja usando o clube de trampolim, apostando na recuperação do time.
A minha felicidade é imensa de estar nesse clube que foi extremamente importante na minha vida. Poder voltar e ver o CT todo planejado, com sala de imprensa construída, hotel, campos impecáveis, toda estrutura desenvolvida. Ver como o clube cresceu. Volto mais experiente. A gente erra, acerta e busquei me fortalecer. Hoje sou um Eduardo mais maduro, mas a minha essência é a mesma. Quero conquistar algo a mais. Saber que a gente não sabe de tudo. Vou morrer não sabendo.
Trabalho bastante e estudo muito futebol. Não vejo o Sport como um trampolim ou que seja uma vitrine pra mim. Tenho uma missão de acabar bem esse ano. Eu seria muito egoísta de pensar em elevar só o meu nome. Eu vim para cá de coração aberto. Vim para fazer o Sport acabar bem a temporada, assim como estava antes da Copa do Mundo. Esse é o meu desejo. Se fizer um grande final de ano, aí sim você fica em evidência. Mas nesse momento é focar no Sport.
Para aqueles que ficaram com mágoa, o que tenho a dizer que vim de peito aberto. Em 2015, o Sport passava por um momento difícil e bem parecido como esse (o time leonino chegou a ficar dez jogos sem vencer no Brasileirão). Era muita pressão e achei que a minha saída poderia melhorar. E melhorou com a chegada de Falcão (Paulo Roberto). Se me perguntasse se faria novamente, eu não faria. Suportaria a pressão e, hoje, vejo que foi um erro. Não cometeria novamente.
Naquela saída, talvez, o meu erro foi demorar a conversar na hora de passar a informação, que acabou vazando. Isso magoou algumas pessoas. Mas tenho um carinho enorme pelo Arnaldo (Barros) e acredito que ele tenha por mim. Vivemos momentos intensos juntos no clube. Ele me ajudou muito e sei que também o ajudei. Ainda não tive a oportunidade de falar com ele, mas tenho vontade de conversar abertamente. Eu o respeito e sei que também há um respeito pela minha pessoa. Na época, o que houve foi um ruído de comunicação, que acabou tomando uma proporção maior, mas não teve nada a mais que isso. Estou ansioso para encontrá-lo e conversarmos
Eu fui criado com o livre arbítrio. Ele (Nelsinho Baptista) sempre me deu direções e me deixou tomar as minhas decisões. Conversei bastante com ele da parte tática, até porque ele participou da construção dessa equipe. Falei sobre algumas situações que penso utilizar e conversei com ele. Já com relação às declarações que ele deu referente ao clube é um pensamento dele. Respeito as opiniões. Não tenho que falar se ele está certo ou errado. Tenho minhas decisões profissionais. Tenho grande respeito pelo Sport. Foi um clube que me acolheu. Também tenho certeza que meu pai respeita as minhas decisões e eu respeito as dele.
Esse é um grande desafio, assim como foi em 2014, quando assumi o Sport e as estatísticas apontavam que a gente tinha chances mínimas para se classificar na Copa do Nordeste e acabamos campeões. Esse time tem qualidade, chegou a entrar no G-4. Vejo alguns falando que por conta da saída de um jogador (Anselmo) a equipe desandou. Não acredito que seja só por isso que mudou tanto de postura. Busquei nesse primeiro momento mexer com eles, cobrar uma mudança de comportamento e agressividade na marcação, pois o torcedor do Sport troca qualquer caneta ou jogada plástica por raça e determinação em campo. Vamos dar essa resposta ao torcedor.