Acontece nesta terça-feira (25) o júri popular do motoboy Robson Muriel dos Santos, de 26 anos, acusado de ter esfaqueado sua ex-mulher na frente do filho do casal em 10 de outubro de 2011. A sessão é realizada no Fórum de Santo André, na Grande São Paulo. Santos chegou a ser testemunha de defesa de Lindemberg Alves, de 25 anos, condenado a 98 anos de prisão por matar a ex-namorada Eloá Cristina Pimentel.
O início da sessão, previsto para às 13h, aconteceu com meia hora de atraso, de acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo. Além da defesa do motoboy, composta pelos advogados Alessandra Zerrenner Varela e José Roberto Ondei, acompanham a decisão do júri a juíza Milena Dias e a promotora de justiça Daniella Hashimoto. Ambas também participaram do julgamento no caso de Lindemberg. Não há horário previsto para o término do julgamento.
Santos é julgado por ter matado, com 11 facadas, a vendedora Beatriz da Silva Costa, de 19 anos. A vítima era ex-mulher do acusado. O casal estava separado há seis meses. Agentes do 3º Distrito Policial de Santo André registraram a ocorrência como homicídio simples.
Os advogados de defesa de Robson não foram localizados pele reportagem.
Semelhanças no crime
O crime aconteceu na casa da vítima, na Rua Camboriu, no Jardim Ipanema. Santos invadiu a casa de Beatriz e a manteve refém no quarto com o argumento de que só queria conversar. O filho do casal, com 3 anos na época, presenciou tudo.
A Polícia Militar chegou a ser chamada para atender a ocorrência mas quando os agentes chegaram no local a vítima já havia sido socorrida, por uma viatura do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, (SAMU), ao Hospital Estadual Mário Covas. A vendedora não resistiu aos ferimentos e veio a óbito na unidade de saúde.
Os familiares de Beatriz informaram a polícia de que o autor do assassinato era o ex-marido. O motoboy se entregou à polícia.
A motivação do assassinado de Beatriz seria o mesmo que levou Lindemberg a matar a ex-namorada: o motoboy não se conformava com a separação. A vendedora já havia denunciado Santos à polícia afirmando que sofria acusações de agressão. Após instauração de inquérito e denúncia à Justiça, Santos chegou a ser proibido de se aproximar da ex-mulher.
Em entrevista ao Grupo Estado, em 20 de outubro de 2008, dois dias após a morte de Eloá ser confirmada, Santos afirmou que Lindemberg havia cometido uma "loucura".
Caso Eloá
Lindemberd Alves foi condenado no dia 16 de fevereiro deste ano a 98 anos e 10 meses de prisão pela morte da ex-namorada Eloá Pimentel. Ele era acusado de 12 crimes, incluindo homicídio doloso de Eloá, dupla tentativa de homicídio de Nayara Rodrigues amiga da vítima, e um policial militar baleado, cárcere privado e disparo de arma de fogo.
Lindemberg foi responsável pelo mais longo caso de cárcere privado do Estado de São Paulo. Policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), em ação polêmica, invadiram o apartamento. Tiros foram disparados. Eloá e Nayara foram atingidas: Eloá, na virilha e na cabeça, e a amiga, no rosto. Lindemberg, sem ferimentos, foi detido e levado para o 6º DP. A ex-namorada morreu no dia seguinte.
Durante depoimento, logo após pedir perdão à família de Eloá, o acusado assumiu que atirou contra a garota. Porém, segundo Lindemberg, o disparo não foi intencional e aconteceu quando a polícia teria invadido o apartamento.