Ministro diz que ebola não terá disseminação maciça no mundo

De acordo com o Chioro, Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri enfrentam uma situação precária de combate à doença
Da ABr
Publicado em 24/10/2014 às 17:57
De acordo com o Chioro, Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri enfrentam uma situação precária de combate à doença Foto: Foto: ABr


O ministro da Saúde,  Arthur Chioro, disse nesta sexta-feira (24) que a disseminação do vírus ebola não ocorrerá de forma maciça pelo mundo. Ele reafirmou também que a chance de a doença chegar ao Brasil é muito pequena.

“A disseminação maciça pelo mundo não acontecerá. Não [há] nenhuma autoridade sanitária, nem na Organização Mundial da Saúde [OMS], nem na universidade, nem nos países, que reconheça que estamos vivendo um risco iminente de disseminação do ebola. Hoje, a epidemia está restrita a três países da África Ocidental [Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri]”, disse o ministro, após participar de evento de incentivo ao parto normal em hospitais privados.

De acordo com o Chioro, Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri enfrentam uma situação precária de combate à doença: “eles têm o sistema de saúde destruídos, caóticos, saíram de guerra civil, pobreza imensa, e uma dificuldade [financeira] muito grande, precisando de ajuda internacional”, salientou.

O ministro disse que a estratégia adotada está sendo eficiente para evitar que pessoas infectadas deixem os países com epidemia. Há uma linha de bloqueio nos aeroportos e portos dos três países, e uma segunda nos países para os quais há voos diretos: Marrocos, Nigéria, Estados Unidos, França e Inglaterra.

“Nos cinco países se estabeleceu um segundo fluxo de bloqueio para identificar pacientes e pessoas. E pessoas [com sintomas da doença] já foram identificadas na primeira linha de bloqueio. Na segunda, não chega. Porque na primeira já foram identificados”, disse.

O ministro ressaltou que não há voos diretos, nem com conexões, dos países com epidemia com o Brasil. No entanto, há previsão de que cinco navios originários desses países atraquem no litoral brasileiro até o final do ano.

“A chance de a gente ter a chegada de algum paciente, que venha para o Brasil, é muito pequena. Vamos ter até o final do ano cinco navios. Mas nós sabemos em que dia chegam ao porto, em que porto  chegam, e assim por diante”, disse. “Eu continuo insistindo, e faço isso em cima de argumentações muito objetivas, que o risco de nós termos ebola no Brasil é muito pequeno. Mas temos”.

O ministro ainda minimizou a notícia de que um médico foi diagnosticado em Nova Iorque com o vírus ebola. Ele era integrante da organização não governamental (ONG) Médicos sem Fronteiras, esteve no Oeste da África e regressou há dez dias. O profissional tem 33 anos e, segundo autoridades de saúde, está isolado desde quarta-feira (22), dia em que começou a ter febre, dor no corpo e náuseas . A informação foi divulgada pela rede de televisão CNN  e pelo jornal USA Today.

“Vocês vão ver que esse caso de Nova Iorque pode resultar em mais um, mais dois casos, e depois tem capacidade de interromper. Os mecanismos de transmissão do ebola favorecem as medidas de [controle da] saúde pública”, disse.

No Brasil, houve apenas um caso de suspeita de ebola. Um homem natural da Guiné-Conacri chegou ao Brasil no dia 19 de setembro. Em Cascavel, o africano sentiu febre no dia 8 de outubro e, no dia seguinte, procurou uma Unidade de Pronto-Atendimento. O Ministério da Saúde foi acionado e o paciente transferido para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, onde permaneceu internado até que dois exames descartaram a presença do vírus.

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