O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) vai pedir nesta quarta-feira, 26, à Justiça, a prisão temporária do policial militar Fabrício Emmanuel Eleutério, por suspeita de participar da chacina que deixou 18 mortos e 6 feridos em Osasco e Barueri, na Grande São Paulo, no dia 13.
Nessa terça, 25, ele foi reconhecido pessoalmente por uma testemunha como o autor do disparo que deixou uma pessoa ferida na Rua Suzano, na Vila Menck, em Osasco, um dos dez pontos de ataques na cidade da Grande São Paulo.
Os advogados Nilton Nunes e Flávia Artilheiro, que defendem o policial, afirmaram que são favoráveis à decretação da prisão de seu cliente. "Ficará provado que ele não oferece risco às investigações e todas as diligências serão feitas com tranquilidade por parte da polícia", afirmou a advogada.
Os defensores apresentaram documentos, gravações e troca de mensagens de WhatsApp que comprovariam que o policial estava na casa da namorada comendo uma pizza no momento dos ataques. "Ele é inocente" disse Nunes.
O PM está em prisão administrativa desde sábado. Antes, cumpria funções burocráticas nas Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota). Eleutério também responde a cinco processos na Justiça e já havia sido preso em abril de 2013 sob suspeita de integrar um grupo de extermínio. Antes da prisão, era obrigado a cumprir medidas restritivas: permanecer em casa durante os fins de semana, não se ausentar de Osasco sem prévia autorização judicial, não frequentar bares e boates e também não se aproximar de testemunhas dos processos.
A Corregedoria tem uma lista com outros 17 policiais militares de Osasco e um segurança casado com uma PM suspeitos de participar da chacina, que pode ter sido motivada pela morte do PM Avenilson Pereira de Oliveira, baleado uma semana antes durante um latrocínio.
Relatório
O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) apresentou nessa terça, 25, um relatório de 20 casos de chacinas e execuções registrados entre 2012 e 2015 e que resultaram em 110 mortos na região metropolitana e na capital. Segundo Rildo Marques de Oliveira, presidente do órgão, os homicídios tiveram as mesmas características dos assassinatos do dia 13 de agosto. Procurada, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que não pode comentar o caso, pois desconhece o relatório.