Rede privada confirma queda de matrículas após redução do Fies

A redução no Fies (financiamento estudantil) e a crise econômica são apontadas como os grandes fatores por trás dessa retração
Da Folhapress
Publicado em 30/09/2015 às 20:14
A redução no Fies (financiamento estudantil) e a crise econômica são apontadas como os grandes fatores por trás dessa retração Foto: Foto: Acervo JC Imagem


As instituições privadas de ensino superior registraram, em média, queda de 30% no número de novas matrículas, no segundo semestre de 2015. A informação foi publicada pelo jornal "Valor Econômico", nesta quarta-feira (30).

A redução no Fies (financiamento estudantil) e a crise econômica são apontadas como os grandes fatores por trás dessa retração. Segundo o diretor-executivo do Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Ensino Superior), Rodrigo Capelato, o financiamento estudantil foi diminuído em mais de 50%, no ano de 2015.

"Para se ter uma ideia, no ano passado foram 731 mil novos contratos do Fies e este ano foram 311 mil novos. Foi mais da metade de queda. Além disso, temos a questão econômica", explica Capelato.

"Pesa muito mais no orçamento dessas pessoas e a questão de fazer o ensino superior é um sonho mas não é uma coisa tão urgente para elas. Ele vai postergando e às vezes mesmo desiste de fazer o ensino superior", acrescenta.

"A expectativa nossa é de que no começo do ano que vem também o desempenho vai ser bastante preocupante. Vai haver uma queda de captação também na faixa de 30% no mínimo", projeta Capelato.

IMPACTO

De acordo com o Semesp, o percentual de alunos em instituições privadas que utilizam o Fies deve cair de 30% para até 27%, após a redução no número de alunos que ingressaram este ano, por meio do programa.

No ano passado, 38% das novas matrículas na rede privada eram de alunos que recorreram ao Fies, segundo a entidade. Em 2015, este percentual caiu para 19%.

Entre as saídas apontadas por Capelato para evitar prejuízos ainda maiores à rede privada estão: a educação à distância, os cursos tecnólogos e novas formas de crédito estudantil.

"As instituições vão precisar achar mecanismos de se capitalizar para poder gerar um crédito educativo, não é financiamento. Você paga 50% agora e 50% depois de formado, por exemplo", defende.

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