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Depois de 73 anos sem nenhum registro de febre amarela urbana no País, um novo caso foi confirmado. A auxiliar de enfermagem Rita de Cássia da Silva Santos, de 53 anos, moradora de Natal, morreu em decorrência da doença, informou nesta terça-feira (29) a Secretaria Municipal de Saúde da capital potiguar. O óbito aconteceu em julho, mas foi divulgado somente agora, após os resultados dos exames laboratoriais feitos no Instituto Evandro Chagas, no Pará, e no Adolfo Lutz, em São Paulo.
No entanto, mesmo com o resultado desses dois laboratórios, o Setor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde da prefeitura de Natal solicitará contraprovas. O órgão estranhou o fato de que a vítima não esteve em área de risco e que nenhum familiar ou vizinho registrou a doença.
Outro fato apontado pela Vigilância Epidemiológica de Natal é que, na coleta de ovos do mosquito Aedes aegypti, onde são espalhadas 500 "armadilhas" pela cidade, não foi identificado o vírus da febre amarela. O caso da doença na capital potiguar é visto como "intrigante" pelas autoridades locais.
O irmão da auxiliar de enfermagem, Milton Alexandre da Silva, relatou que a Rita teve como sintomas iniciais as manchas no corpo, depois chegaram ânsia de vômito e dores no corpo.
O Rio Grande do Norte é o quarto Estado com o maior número de notificações de microcefalia, que teria sido provocado pelo zika vírus, transmitido pelo Aedes aegypti. Foram notificadas 154 casos no Estado.
Nesta terça-feira, a Secretaria Estadual de Saúde instalou uma sala de situação para monitorar focos do mosquito. O serviço vai funcionar junto com estruturas semelhantes montadas em outros Estados da região Nordeste.
Também nesta terça-feira, o secretário estadual de Saúde, Ricardo Lagreca, reuniu-se com o arcebispo metropolitano de Natal, dom Jaime Vieira Rocha. Na reunião, o secretário expôs a gravidade da situação com o aumento do número de casos de microcefalia causados pelo zika, e a sua preocupação com o surgimento de uma nova epidemia de dengue, principalmente com as chuvas que já começam a cair no Estado.
Foi sugerido ainda que a Arquidiocese oriente aos párocos que nas suas homilias falem da importância de se prevenir contra o Aedes aegypti, tendo em vista a credibilidade da Igreja Católica diante da sociedade. O próprio arcebispo se colocou à disposição para participar de um Dia D de combate ao vetor juntamente com o secretário de Saúde, a ser ainda agendado para o início de janeiro.