Depois de três horas de interdição por causa de uma ameaça de bomba, a sede do Ministério da Fazenda em Brasília teve a entrada de funcionários liberada. Por volta das 16h20, os policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) descartaram a existência de explosivos no pacote deixado na entrada do prédio. Cerca de dez minutos mais tarde, os seguranças liberaram a portaria principal.
Inicialmente, um robô inspecionou o conteúdo com raio-x, que descartou a presença de materiais explosivos. Em seguida, um oficial do Bope vestido com equipamentos de proteção examinou a sacola e eliminou o risco de material químico. Dentro do pacote, havia apenas uma carta com o título Teoria do Caos assinada por alguém que se intitulava doutor em energia e ambiente e um papel pedindo a saída do presidente Michel Temer.
A sacola também continha o crachá roubado de uma funcionária concursada do Ministério da Fazenda. De acordo com a Polícia Militar, a servidora caminhava na semana passada pelo Setor de Autarquias Sul, a cerca de três quilômetros do ministério, quando foi roubada por um homem que disse que “explodiria o governo”.
Por causa da ameaça de bomba, o Ministério da Fazenda passou três horas interditado. Por volta das 13h, um segurança avistou a sacola com o endereço do ministério perto da portaria principal e acionou os brigadistas do prédio, que chamaram a polícia. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, permaneceu no prédio até por volta das 15h30, quando saiu escoltado por batedores para uma reunião com o presidente Michel Temer e líderes da base aliada no Senado no Palácio do Planalto.
A reunião entre o secretário executivo da pasta, Eduardo Guardia, a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, e os secretários de Fazenda dos estados não chegou a ser interrompida por causa da ameaça de bomba. O encontro discute as medidas de ajuste fiscal que as unidades da Federação terão de fazer para receberem R$ 5 bilhões da multa do programa de regularização de ativos, conhecido como repatriação. Somente os secretários de Fazenda do Distrito Federal, Mato Grosso e do Sergipe não compareceram à reunião.