Os brasileiros estão cada vez mais conectados. Dados divulgados em setembro pela pesquisa TIC Domicílios apontaram que cerca de 58% da população têm acesso regular à internet. Pela primeira vez, o número de internautas bateu a casa dos 100 milhões.
Um dos maiores responsáveis por esse crescimento são os telefones celulares. Pesquisas do IBGE apontaram que o número de acessos à web por dispositivos móveis ultrapassou o de usuários de computador. Cerca de 89% dos usuários usam telefones para navegar na web.
O crescimento da internet via celular acarretou na queda do uso do computador como meio de acesso. Além de o número de internautas que acessam via computador ter caído para 40%, o número de máquinas nas casas também caiu. Apenas 40% dos usuários de internet têm computadores.
Depois de selfie (2013) e emoji (2015), a palavra do ano, segundo o dicionário Oxford, foi “pós-verdade”. O termo, que "denota circunstâncias em que fatos objetivos têm menos peso do que crenças pessoais” esteve presente no debate político na internet e na divulgação de notícias falsas. A palavra ganhou peso após o resultado das eleições norte-americanas e o referendo que culminou na saída do Reino Unido da União Europeia.
Alguns analistas políticos atribuíram a vitória de Trump e o resultado do Brexit a boatos que circularam na internet. Após escolha da pós-verdade como palavra do ano, gigantes da tecnologia como o Facebook e o Google declararam “guerra aos boatos”. Na prática, nada foi feito ainda, mas a promessa é desenvolver ferramentas de checagem que possam diminuir disseminação de notícias falsas na web.
No Brasil, também foi possível perceber o impacto dos boatos. Na semana em que o impeachment de Dilma foi votado no Congresso, uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) apontou que três das cinco notícias mais compartilhadas na internet eram falsas.
Quem também deu o que falar em 2016 foi o jogo Pokemón Go. O termo "Pokemón Go" foi o mais buscada no Google por brasileiros neste ano, o que reflete a popularidade do aplicativo. Lançado em julho, o game inovou ao misturar os personagens japonês com a chamada realidade aumentada, em que o jogador interage com o ambiente ao seu redor. Apesar do sucesso entre os usuários, o jogo também foi alvo de muitas críticas.
De um lado, defensores do jogo apontaram que o Pokemón Go seria um estímulo para pessoas se exercitarem e sairem de casa, já que é preciso andar para “caçar” os monstros virtuais. Por outro lado, entidades alertaram para dois riscos: o uso excessivo de celulares por crianças e adolescentes e a exposição das pessoas que participam do game a diversos riscos. Alguns casos de assaltos de jogadores de Pokemón Go chegaram a ser relatados.
Passados quase seis meses do lançamento do game, o interesse diminuiu muito. Gráficos do buscador Google mostram que as pesquisas pelo termo Pokemón Go caíram 98% de julho a dezembro.
Nas redes sociais, os tópicos mais discutidos por usuários foram os mesmos de anos anteriores. No Twitter, o destaque ficou para programas televisivos e acontecimentos como o impeachment de Dilma, o acidente com o avião da Chapecoense e as Olimpíadas do Rio de Janeiro. Hashds_matia_palvr como #forçachape e #chapecoense estiveram entre as mais usadas no ano.
Além de "Pokemón Go”, os termos mais buscados por brasileiros no Google foram relacionados às Olimpíadas, programas televisivos e ao acidente da Chapecoense. Dois mil e dezesseis também foi um ano em que internautas brasileiros se destacaram. No Youtube, o piauiense Whindersson Nunes se tornou o dono do canal com maior número de seguidores no mundo. Com vídeos de humor, ele fechou o ano com quase 10 milhões de inscritos. No Snapchat, a maranhense Thaynara OG se tornou a primeira “estrela” brasileira do da rede social. O “Snap”, por sinal, foi a rede social que mais cresceu em 2016. Porém, ainda está longe de destronar o Facebook em número absoluto de usuários. Enquanto o Snapchat tem cerca de 150 milhões de usuários ativos, o Facebook tem 1,6 bilhão de internautas que acessam a rede diariamente.