Mulher era mantida em cárcere privado pela família há 16 anos

Vítima foi encarcerada após engravidar e teve o filho entregue a terceiros
JC Online
Publicado em 29/03/2017 às 19:17
Vítima foi encarcerada após engravidar e teve o filho entregue a terceiros Foto: Foto: Divulgação/Polícia Civil


Uma mulher de 36 anos foi resgatada após ser mantida em cárcere privado durante 16 anos, pelo próprio irmão. Maria Lúcia de Almeida Braga vivia em um quarto sem banheiro e o odor de fezes e urina tomava conta do espaço. Ela também não possuía roupas e era mantida despida, sendo alimentada apenas duas vezes ao dia: a primeira, às 10 horas, e a segunda, às 15 ou 16 horas. De acordo com a polícia, nas raras ocasiões que alguém abria o cadeado do cômodo para dar banho, Maria tentava fugir. Sem eletricidade ou som, a única fonte de luz era a janela, também fechada com um cadeado. No quarto existiam apenas uma rede e outro resto de rede que era usado como lençol.

O resgate aconteceu no dia 9 deste mês, na cidade de Uruburetama, no Ceará, mas foi divulgado apenas nesta quarta-feira, 29, um dia depois da prisão do autor do crime. A vítima foi mantida em cárcere privado após engravidar e o bebê que nasceu foi entregue a terceiros.

"O motivo é que ela seria mãe solteira e eles não aceitavam. Eles dizem que encarceraram ela para que não engravidasse novamente. A criança foi entregue a terceiros", declarou o delegado responsável pelo caso, Harley Filho. Ainda segundo ele, durante o período em que foi aprisionada, a mulher não conseguia se expressar, e tem se comunicado através da escrita. Sobre o filho que foi entregue a terceiros, a polícia conseguiu identificar o rapaz e a abordagem deve ser feita de forma progressiva, para evitar traumas.

De acordo com o delegado, antes do encarceramento, Maria vivia normalmente, mas após o fim de um relacionamento, apresentou problemas psicológicos, em seguida teve outro relacionamento e engravidou. Por isso, foi encarcerada e impedida de criar o próprio filho.

Prisão

O irmão de Maria e autor do crime, João Almeida Braga, 48, foi preso por cárcere privado e maus tratos. A pena para esses crimes vai até oito anos de reclusão. Os pais dos dois são idosos e debilitados, segundo a polícia,
e João era quem cuidava das finanças da família e permitia a situação.

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