Que a bebida faz a pessoa perder a noção isso já se sabe, mas um caso ocorrido na madrugada desse domingo (2) extrapolou todos os limites. O estudante Lucas Alexandre Corrêa Cruz, 21 anos, foi a um show da dupla sertaneja Jorge e Mateus, na cidade de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. Após uma briga com a namorada, o rapaz decidiu ir embora da festa e procurar o aconchego da casa da avó. Seria uma história comum se a avó dele não morasse a 650 km de distância, na cidade de Londrina, no norte do Paraná e o saldo dessa volta para casa não fosse de R$ 1,5 mil.
"Eu fui no show e bebi muito. Devo ter bebido sozinho meia garrafa de vodka e umas cervejas. Acabei discutindo com a minha namorada e fui embora", relatou o jovem em entrevista ao Campo Grande News.
De início, Lucas pegou um táxi do Parque de Exposições Laucídio Coelho até a Rodoviária. Ao chegar por lá, saiu em busca de algum taxista disposto a começar essa longa viagem. ""Sai perguntando se alguém me levava. Achei um que topou, mas ele disse que passaria em casa para buscar a esposa e eu falei que tudo bem", contou.
Cansado da noite intensa, Lucas dormiu nas oito horas do trajeto até a cidade paranaense. "Cheguei em Londrina sem bateria no celular e a mulher dele me perguntou se por um acaso não era eu que estava desaparecido".
Com o sumiço, familiares de Lucas jogaram fotos nas redes sociais para ter notícias dele. Após o "Mim Acher", ele levou um bronca da mãe. "Eu ainda tinha mandado uma mensagem pra minha mãe dizendo que ia desaparecer e isso deixou ela mais preocupada. Hoje em dia não dá para sumir um minuto", contou.
A bebedeira serviu de lição para que nas próximas vezes ele não repita a aventura. "Bebi muito e saí de mim. Quero parar de beber e sei que dei um susto em todo mundo. Mas graças a Deus estou bem. Cheguei em Londrina com direito a coberta e travesseiro no pescoço, foi o melhor casal", riu ao lembrar do taxista e da esposa que lhe levaram.
Luca também não está ligando muito para repercussão negativa deste caso e acredita que, no final das contas, fez uma boa ação. "Muita gente me chamando de filhinho de vovó e corno, mas eu não ligo. Fico feliz pelo taxista, ele pegou o dinheiro e me agradeceu, disse que fui um anjo na vida dele e que tinha muita conta para pagar". Para Lucas, a história ficará na memória por muito tempo. "É uma coisa que eu vou contar para os meus filhos".
Por último, ele ainda projetou o que poderia ter feito com todo o dinheiro gasto. "Eu podia ter comprado uma passagem para Miami", afirmou.