O Greenpeace está completando 25 anos de atuação no Brasil. Para comemorar, a organização não governamental (ONG) oferece ao público a oportunidade de conhecer, de graça, o Rainbow Warrior, navio usado em campanhas em todo o mundo, em defesa de causas variadas.
O navio, que chegou nesta sexta-feira (28) ao Porto do Rio de Janeiro, é a terceira geração do primeiro barco oficial, mais conhecido como Greenpeace. Diferentemente das duas primeiras versões, que eram barcos pesqueiros adaptados, este foi o primeiro com design personalizado pelos mais altos padrões ambientais.
A partir do sábado (29), o navio do Greenpeace estará aberto à visitação pública no Pìer Mauá, entre as 10h e as 16h. Serão dois blocos de visitação, nos dias 29, 30 e 1º de maio e, depois de uma parada para manutenção interna, volta entre os dias 4 e 6 de maio.
O Rainbow Warrior quer chamar a atenção da sociedade para a campanha lançada recentemente pelo Greenpeace para proteger os recifes de coral da Amazônia. “O ecossistema está ameaçado pela exploração de petróleo no mar, no Amapá e no Pará”, disse o diretor de Mobilização da ONG, Renato Guimarães, à Agência Brasil.
Segundo Guimarães, daqui em diante, se houver necessidade de uma ação direta ou de mais pesquisas científicas, o Greenpeace trará outros navios, cujo objetivo é dar suporte a esse trabalho. O Rainbow Warrior pode alocar até 32 pessoas.
A primeira versão do barco foi afundada em 1985 por bombas colocadas pelo serviço secreto francês na Nova Zelândia. Guimarães informou que, com o dinheiro da indenização e doações de pessoas físicas e instituições, a ONG comprou o segundo navio do mesmo nome, que ficou em operação por 22 anos, até ser doado para a Turquia. “Hoje em dia, ele é um navio-hospital”, destacou o diretor da ONG.
Uma campanha de financiamento coletivo mundial foi feita para adquirir o terceiro navio. “Mas este, construímos do zero. Foi inteirinho desenvolvido para ser um navio de campanha, mais sustentável do ponto de vista ambiental, e ter os melhores recursos possíveis para podermos desenvolver as campanhas e denúncias que temos de fazer da forma mais profissional e com menor impacto possível para o meio ambiente”, disse Guimarães.
Lançado à água em julho de 2011, e batizado em outubro do mesmo ano, em Bremen, Alemanha, durante a celebração dos 40 anos do Greenpeace no mundo, o Rainbow Warrior 3 fez sua primeira viagem internacional para o Brasil, em 2012, por ocasião da Rio+20, comemorando os 20 anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, também conhecida como Rio 92.
Cinco anos depois, o navio está voltando para o Brasil e aportando no Rio de Janeiro, depois de passar por Chile e Argentina. “Esta é a terceira parada na América do Sul”, disse Guimarães. Daqui, o navio segue viagem para desenvolver atividades na região do Mediterrâneo.
A expectativa do Greenpeace é receber 2 mil pessoas por dia no navio.
O Rainbow Warrior usa energia eólica em lugar de combustíveis fósseis, com a opção de alterar para um motor de potência de propulsão a diesel-elétrica quando em condições climáticas adversas. A forma do casco foi projetada para maximizar a eficiência energética.
O Rainbow Warrior 3 é um veleiro dotado de equipamentos de segurança e ferramentas para ações de campanhas, que incluem quatro embarcações infláveis, heliponto e uma plataforma de comunicações com tecnologia de ponta.
O Greenpeace foi fundado em 1951, a partir de uma ação que levou um navio pesqueiro alugado ao local onde norte-americanos fariam um teste nuclear, disse Renato Guimarães. A ONG tem atualmente três navios: Rainbow Warrior, Esperanza e Arctic Sunrise. “Os navios são usados no mundo todo, seja para mobilizar a opinião pública, seja para denunciar crimes ambientais ou para servir diretamente em algo que esteja acontecendo, algum malfeito para o meio ambiente.”