O homem que foi preso após se masturbar e ejacular em uma passageira dentro de um ônibus na Avenida Paulista, no centro de São Paulo, na última terça e liberado posteriormente pela Justiça de São Paulo, foi preso novamente na manhã deste sábado (2/9) após tentar atacar outra moça em um ônibus na capital paulista. Desta vez, Diego Ferreira de Novais, de 27 anos, foi preso por suspeita de ato obsceno. Passageiros do coletivo o impediram de sair do ônibus.
Ele foi encaminhado ao 78º Distrito Policial (DP), nos Jardins, área nobre da cidade, onde encontra-se prestando depoimento. O 78º DP informou que o caso foi semelhante ao ataque que levou à prisão do homem na última terça-feira (29), mas não deu detalhes. Este é o terceiro caso de abuso sexual em coletivos da capital paulista só nesta semana, e o segundo em que Diego é suspeito. O rapaz, inclusive, tem outras 16 passagens pela polícia por casos relacionados à violência sexual.
Novais tem agora 16 passagens semelhantes na polícia, registradas nos últimos oito anos. O seu modus operandi é o mesmo: dentro do ônibus, ele se aproxima da vítima, mostra o pênis e, eventualmente, passa o órgão nela ou ejacula.
Após ser preso em flagrante na terça-feira (29/8), Diego recebeu liberdade em audiência de custódia realizada um dia depois e não iria mais responder a nenhum processo. O relaxamento da prisão ocorreu porque a Justiça de São Paulo entendeu que não houve estupro nem constrangimento. O caso gerou muita polêmica, mas a Justiça e o Ministério Público de São Paulo alegaram que decidiram pela liberdade porque, legalmente, não tinham como mantê-lo preso.
Nesaa sexta-feira (1º), o Tribunal de Justiça e o Ministério Público de São Paulo defenderam publicamente mudanças na legislação do crime de estupro, após repercussão negativa da libertação de Novais. O TJ-SP falou em propostas para punir de forma mais severa a importunação ofensiva ao pudor, enquanto o MP-SP disse que o ideal seria a criação de um crime intermediário entre a importunação e o estupro.
O presidente da Corte, Paulo Dimas de Bellis Mascaretti, e a Procuradoria-Geral de Justiça saíram em defesa do juiz e do promotor que atuaram no caso. Mascaretti disse que a Corte realizará encontros para iniciar o debate com a sociedade civil e instituições públicas "em prol de mudança legislativa que atenda aos desafios do mundo contemporâneo".
Um dia depois deste caso, a polícia voltou a ser acionada após uma passageira relatar ter sido apalpada nos seios por um homem também na Avenida Paulista. A Polícia Militar foi ao local e conduziu o homem para registro da ocorrência na mesma delegacia para onde Diego foi levado neste sábado. A vítima e o suspeito viajavam na linha 875H Lapa-Vila Mariana, quando a jovem gritou por ajuda. O motorista fechou a porta do veículo e impediu que o suspeito fugisse.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública disse que um homem de 48 anos foi detido por importunação ofensiva ao pudor. "Policiais militares foram acionados e encaminharam o suspeito e a vítima, de 25 anos, para a delegacia para registrar o caso. O autor assinou um Termo Circunstanciado e foi liberado", acrescentou.