Em 2004, secretário já falava em risco de incêndio no Museu Nacional do Rio

Wagner Victor, então secretário estadual de Energia, Indústria Naval e Petróleo, dizia que a situação elétrica do local era complicada
JC Online com Agência Brasil
Publicado em 03/09/2018 às 12:11
Foto: CARL DE SOUZA / AFP


Na noite deste domingo (3), um incêndio atingiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro, localizado na Quinta da Boa Vista, destruindo boa parte das 20 milhões de peças do acervo do local, que completou 200 anos em 2018. Há 14 anos, no entanto, o então secretário estadual de Energia, Indústria Naval e Petróleo Wagner Victor, já alertava para o risco de incêndio no prédio histórico, assim como o ex-diretor do museu Sérgio Alex Azevedo, reconhecia que a situação elétrica do local era complicada.

"O museu vai pegar fogo. São fiações expostas, mal conservadas, alas com infiltrações, uma situação de total irresponsabilidade com o patrimônio histórico", afirmou o secretário em entrevista à Agência Brasil, em novembro de 2004, relatando ter constatado diversas irregularidades no prédio.

Já o ex-diretor disse que a crise já durava 40 anos na época, e que se agravou devido ao descaso e da demora na liberação de décadas. Segundo ele, em dezembro de 2003 foi feita uma vistoria que constatou a urgência da implantação de um sistema de combate a incêndio. O laudo, de acordo com Sérgio Alex, foi encaminhado aos Ministérios da Educação, da Cultura e de Ciência e Tecnologia, que prometeram uma verba de R$ 40 milhões para uma reforma no prédio.

A situação atual do Museu

Roberto Leher, reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, instituição responsável pelo Museu Nacional, reconheceu que, por ser um prédio centenário, de 200 anos, a sede não atendia totalmente às exigências do incêndio. Por outro lado, afirmou que o Corpo de Bombeiros não atuou com a proporção necessária para a escala das chamas e que as dificuldades logísticas e estruturais dos bombeiros prejudicaram a ação.

Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Roberto Robadey, a tentativa de conter as chamas foi prejudicada pela falta de água. Os agentes chegaram ao local com um caminhão-tanque cheio de água, mas o reservatório esgotou e precisaram recorrer aos hidrantes localizados ao redor do museu, sendo que os dois mais próximos estavam sem carga e não funcionaram como deveriam.

CARL DE SOUZA / AFP
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STR / AFP
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Foto: Tânia Rego/Agência Brasil
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Até o momento, não há conclusões sobre o que teria causado o incêndio. 

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