A França anunciou que está disposta a contribuir para a restauração do Museu Nacional do Rio de Janeiro, destruído no domingo (2) por um incêndio.
"No momento em que todo o Brasil está comovido, a França está disposta a ajudar a restaurar o Museu Nacional", afirmou o ministro das Relações Exteriores Jean-Yves Le Drian em um discurso no museu do Louvre Abu Dhabi, inaugurado em 2017.
"Eu desejo fazer um preâmbulo para expressar a solidariedade das autoridades francesas ante o trágico incêndio que devastou no domingo outro lugar cultural de exceção", disse.
"O Museu Nacional do Rio de Janeiro é uma das joias do Brasil. Abrigava coleções de paleontologia, artefatos greco-romanos, uma coleção egípcia e o fóssil humano mais antigo descoberto no Brasil", recordou o ministro francês.
"Como o Louvre, este é um símbolo de diálogo das culturas. Com as chamas, desapareceu uma parte da memória da humanidade".
Criado em 1818 por Dom João VI e instalado desde 1892 no antigo palácio imperial de São Cristóvão, o Museu Nacional era o maior museu natural e antropológico da América do Sul, com mais de 20 milhões de peças e uma biblioteca de mais de 530.000 títulos.
A vice-diretora do museu, Cristiana Serejo, explicou que por trás da tragédia estão "a falta de dinheiro e uma burocracia muito grande".
O museu era particularmente conhecido por seu rico departamento de paleontologia, com mais de 26.000 fósseis, incluindo o esqueleto de um dinossauro descoberto em Minas Gerais e inúmeros espécimes de espécies extintas, como preguiças gigantes e tigres dentes-de-sabre.
Sua coleção de antropologia biológica incluía o mais antigo fóssil humano descoberto no Brasil, conhecido como "Luzia", que também foi perdido no fogo.