Dorian atinge as Bahamas e deixa rastro de mortos e feridos

Até o momento, a informação é que o furacão Dorian deixou uma pessoa morta. Os trabalhos de resgate já começaram
AFP
Publicado em 02/09/2019 às 16:58
Até o momento, a informação é que o furacão Dorian deixou uma pessoa morta. Os trabalhos de resgate já começaram Foto: Foto: EVA MARIE UZCATEGUI / AFP


O furacão Dorian parou praticamente nas Bahamas nesta segunda-feira (2), prolongando a agonia da população com enchentes e fortes ventos que arrasam as comunidades do arquipélago, enquanto os Estados Unidos ordenaram a saída dos moradores ao longo da sua costa antes da chegada da tempestade.

O furacão Dorian deixou ao menos cinco mortos e cerca de 20 feridos nas ilhas Ábaco, nas Bahamas, segundo Hubert Minnis, primeiro-ministro do arquipélago

''O governo das Bahamas confirma a morte nas ilhas Ábaco e continua a coletar informações, enquanto os esforços de resgate começam em locais que já são seguros'', de acordo com um comunicado do Ministério do Turismo e Aviação.

O furacão enfraqueceu um pouco nesta segunda-feira e passou para a categoria 4, mas, segundo as autoridades meteorológicas dos EUA, continua a representar uma séria ameaça.

O primeiro-ministro das Bahamas, Hubert Minnis, disse que o furacão causou uma ''devastação sem precedentes'' nas Ilhas Ábaco, que no domingo recebeu a pior impacto da tormenta, quando o Dorian atingiu o chão como a tempestade mais poderosa que já atingiu o arquipélago.

''Nosso foco neste momento é de resgate, recuperação e oração'', informou Minnis através do Twitter.

Quase 24 horas após tocar terra, ainda não havia um número oficial de vítimas na região.

Nesta segunda-feira, o Dorian estava se movendo para oeste a uma velocidade de 2 km/h, estabelecendo-se por uma hora na ilha de Grand Bahama, com ventos de 250 km/h.

O medo tomou conta dos moradores de Freeport quando os ventos rasgaram as cortinas e a água começou a invadir as casas, disse Yasmin Rigby, contatada através de mensagem de texto na principal cidade de Gran Bahama.

''As pessoas que pensavam que estavam seguras agora estão pedindo ajuda'', disse Rigby. ''O marido da minha melhor amiga está preso no telhado de sua casa com dois metros de água embaixo''.

Segundo uma estimativa inicial da Cruz Vermelha, cerca de 13 mil casas poderiam ter sido danificadas ou destruídas durante a passagem do Dorian nas Bahamas.

''Saiam agora''

Imagens divulgadas nas redes sociais mostram um enorme rastro de destruição. Um vídeo publicado no site do jornal Tribune 242 mostra a água na altura dos telhados de casas de madeira, com barcos quebrados flutuando em uma água terrosa, cheia de tábuas, galhos e troncos de árvores, além de outros escombros. 

O Centro Nacional de Furacões, com sede em Miami, prevê uma elevação do nível do mar entre 5 e 7 metros na Gran Bahama, além de grandes ondas, enquanto o nível da água deve baixar lentamente em Ábacos.

''Nesta rota, o centro do furacão extremamente perigoso Dorian continuará atingindo a ilha de Gran Bahama durante grande parte desta noite'', de acordo com o boletim emitido pelo centro às 09H00 de Brasília.

''O furacão se moverá perigosamente perto da costa leste da Flórida de hoje à noite até quarta-feira'', segundo o NHC.

Os governos da Flórida, Geórgia e Carolina do Sul ordenaram a saída de centenas de milhares de residentes da costa a partir do início da tarde desta segunda.

''Se você estiver em uma área de evacuação, saia AGORA. Podemos reconstruir sua casa. Não podemos reconstruir sua vida'', publicou no Twitter o governador da Flórida, Rick Scott.

''Minha vida é mais importante''

Joe Lewis, um veterano da Marinha e morador da Flórida, verificava o aparelho de ar-condicionado de seu trailer em Jensen Park, uma das várias áreas da costa que estavam quase vazias.

''Não importa se eu tenho uma casa de um milhão de dólares. Vou embora. Minha vida é mais importante'', disse enquanto se preparava para se juntar a outros moradores da Flórida que escapavam da tempestade.

Na região vizinha de Santa Lucia, Dan Peatle, de 78 anos, informou que havia acabado de deixar o retiro de idosos onde vive para buscar abrigo em um hotel.

''Me deixa doente. Não gosto'', disse à AFP enquanto tomava um pouco de ar antes da chegada da tormenta.

''Passei por sete ou oito (furacões) desde que cheguei à Flórida, em 1973. E são todos iguais, você sabe. Destrói tudo, depois tudo é consertado de novo", "mas escolhi viver aqui, e posso muito bem viver com isso''.

A Flórida emitiu suas primeiras ordens de evacuação obrigatória para Palm Beach, onde estão localizados o clube de golfe do presidente Donald Trump e o condado de Martin.

Na Carolina do Sul, o governador Henry McMaster decretou a retirada obrigatória da costa, afetando cerca de 800 mil pessoas, enquanto a Geórgia decidiu a pela saída dos moradores de seis condados.

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