Até agora, 800 filhotes de tartarugas marinhas deixaram de ser lançadas ao mar pelo Projeto Tamar, em Sergipe, por causa das manchas de petróleo que apareceram na costa litorânea desde o início de setembro. O coordenador do Projeto Tamar, César Coelho, disse que esse número se refere às tartarugas que conseguiram capturar, mas outras, cuja quantidade não soube informar, foram para o mar.
"Recebemos mais ninhos esta manhã e não registramos ainda", disse César Coelho, que aguarda mais informações para depois decidir se as tartarugas vão para o mar ou continuam no Projeto Tamar. "As equipes estão atentas, acompanhando o movimento das manchas. E aí decidiremos qual a melhor alternativa para os filhotes", completou o coordenador.
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Normalmente, de cada mil filhotes de tartaruga lançados ao mar, um chega à idade adulta, por causa dos predadores naturais. "Mas o maior problema é a ingerência humana, que traz um prejuízo muito grande. Temos trabalhado bastante para acabar com as mortes das tartarugas da espécie Oliva, vítimas do arrasto do camarão", comentou Coelho.
Pescadores do litoral estão sendo prejudicados
O presidente da Associação dos Engenheiros de Pesca, Anderson de Almeida Santos, também disse que os pescadores dos litorais norte e sul de Sergipe estão tendo prejuízos, pois os materiais de trabalho deles estão sujos com óleo cru. "Os pescadores já pegaram, também, peixes manchados de óleo. Esse problema vai ter um impacto muito grande nas comunidades de pesca", frisou. "Ainda não temos a dimensão deste prejuízo."
O que fazer se encontrar animais com as manchas de petróleo cru?
1. Não entre em contato com o petróleo. Perigo de alta toxidade! Não tente limpar com sabão, areia, ou qualquer produto químico. Essas substâncias podem disseminar a contaminação do petróleo no ambiente e no animal;
2. Não devolva o animal ao mar. Animais encalhados precisam de avaliação clínica especializada. Caso devolvido sem cuidados adequados, o animal poderá encalhar novamente;
3. Isole a área, evite barulho, conversas, e movimentos que possam estressar o animal. Não alimente e nem force a ingestão de líquidos;
4. Proteja o animal do sol (com guarda-sol, panos limpos) e aguarde a chegada da equipe de resgate.
Fonte: PCCB-UERN (Projeto Cetáceos da Costa Branca, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte).
Telefones úteis em Pernambuco
Em Pernambuco, caso você encontre animais com manchas de petróleo, ligue para a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), através do telefone (81) 3181-8817 ou para a Capitania dos Portos de Pernambuco, pelo telefone (81) 3334-5203.
Localidades afetadas
Para saber quais foram as localidades afetadas no Nordeste para clicar aqui.