PEQUIM - A futura designação de um sucessor pelo líder espiritual dos tibetanos é "ilegal", advertiu o governo da China nesta segunda-feira (26), ao afirmar que a atribuição do título de Dalai Lama é uma prerrogativa de Pequim. "O título de Dalai Lama é atribuído pelo governo central e é ilegal em qualquer outro caso", declarou Hong Lei, porta-voz do ministério das Relações Exteriores.
O líder espiritual dos tibetanos, de 76 anos, vive no exílio desde 1959. "Quando tiver 90 anos, consultarei os grandes lamas das tradições budísticas tibetanas, os tibetanos e outros adeptos do budismo tibetano, e farei uma reavaliação da instituição do Dalai Lama para saber se é necessário perpetuá-la ou não. Com base nisto decidirei", afirmou.
Segundo a tradição tibetana, os monges têm que identificar um jovem que apresente sinais que indiquem que se trata da reencarnação do último líder espiritual. O Dalai Lama já mencionou em outras oportunidades a possibilidade de romper com a tradição. Assim, não descartou a possibilidade de escolher ele mesmo o sucessor ou de organizar uma eleição para a nomeação do próximo Dalai Lama. "A reencarnação do Dalai Lama inclui um conjunto de rituais e convenções religiosas. O Dalai Lama nunca teve o costume de identificar o próprio sucessor", afirmou Hong.