O Papa Bento XVI anunciou nesta segunda-feira (11) que renunciará em 28 de fevereiro por "falta de forças", em um discurso pronunciado em latim durante um consistório do Vaticano, informou à AFP o porta-voz da Santa Sé.
"O Papa anunciou que renunciará a seu ministério às 20h (16h de Brasília) de 28 de fevereiro. Começará assim um período de 'sede vacante'", afirmou o padre Federico Lombardi, em um anúncio praticamente sem precedentes na história da Igreja Católica.
"Depois de ter examinado perante Deus reiteradamente minha consciência, cheguei à certeza de que, pela idade avançada, já não tenho forças para exercer adequadamente o ministério petrino", afirmou o Papa em latim diante do Consistório do Vaticano, segundo a tradução divulgada pela Santa Sé
O Papa destacou que "no mundo de hoje, sujeito a rápidas transformações e sacudido por questões de grande relevo para a vida da fé, para governar a barca de são Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor tanto do corpo como do espírito".
Mas este vigor "diminuiu em mim (nos últimos meses) de tal forma que tenho de reconhecer minha incapacidade para exercer bem o ministério que me foi encomendado", acrescentou o pontífice.
Em um livro de entrevistas publicado em 2010, o Papa já havia falado da possibilidade de renunciar caso não tivesse condições de continuar suas atividades.
Para expressar a surpresa ante o anúncio da renúncia, o decano dos cardeais, monsenhor Angelo Sodano, falou de um "trono em um céu sereno".
O primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, disse estar "muito afetado" pelo anúncio.
O único precedente da renúncia de um Papa remonta ao ano de 1294, quando Celestino V abdicou antes de ser consagrado. Antes de ser designado Papa ele havia vivido como um ermitão e não se sentia preparado para assumir o comando da Igreja.