Casal australiano nega abandono e quer ficar com bebê portador da síndrome de Down

David e Wendy Farnell afirmaram que foram embora sem Gammy com medo de perder as duas crianças
AFP
Publicado em 10/08/2014 às 15:36
David e Wendy Farnell afirmaram que foram embora sem Gammy com medo de perder as duas crianças Foto: NICOLAS ASFOURI / AFP


Um casal australiano que está no centro de um escândalo envolvendo uma mãe de aluguel tailandesa negou, neste domingo (10), ter abandonado um dos gêmeos porque o bebê é portador da síndrome de Down. David e Wendy Farnell ainda afirmaram que lutarão para ter a criança de volta.

Foi a primeira entrevista do casal desde o escândalo surgido com a revelação de que eles abandonaram Gammy na Tailândia com a mãe de aluguel, Pattaramon Chanbua, e levaram apenas sua irmã gêmea, Pipah, para casa. Os dois alegaram que Pattaramon queria ficar com a menina, e disse que deixou o país sem uma das crianças por medo de perder as crianças. Segundo David Farnell, a mãe disse que se o casal tentasse levar o menino, ela chamaria a polícia e levaria a menina, ficando com os dois bebês.

Os Farnells, da cidade australiana de Bunbury, contaram anteriormente terem sido informados de que Gammy tinha um problema cardíaco - e não síndrome de Down - e que, segundo os médicos, não sobreviveria. A recém-nascida, hoje com 7 meses, foi considerada por especialistas livre de doenças no coração, segundo uma instituição de caridade australiana que arrecadou mais de 240 mil dólares para a criança. A Hands Across the Water disse que o menino recebeu alta do hospital, onde tratou uma infecção pulmonar, e estava morando em Bangcoc com a família.

Pattaramon contou que aceitou ser mãe de aluguel em troca de 14,9 mil dólares. Uma agência, cujo nome ela não revelou por motivos legais, agiu como intermediária. A jovem disse que os Farnells quiseram que ela fizesse um aborto - ilegal na Tailândia - quando exames médicos confirmaram que o bebê tinha síndrome de Down, mas que recusou a sugestão.

"Nós nunca o abandonamos, nem pedimos que a mãe de aluguel abortasse", afirmou David Farnell, admitindo, no entanto, ter pensado no assunto. "Porque ele tem uma deficiência, e isso é triste. E seria difícil. Não impossível, mas difícil", admitiu. 

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