Organização acusa milícias por crimes de guerra na Líbia

As cinco semanas de luta, junto com um conflito paralelo entre militantes na segunda maior cidade do país, Benghazi, tirou cerca de 100 mil libaneses de suas casas e levou 150 mil estrangeiros a deixarem o país
Carolina Sá Leitão
Publicado em 08/09/2014 às 17:59


A organização internacional Human Rights Watch acusou milícias na Líbia de cometerem crimes de guerra durante uma batalha no último mês por controle do aeroporto da capital, Trípoli.

As cinco semanas de luta, junto com um conflito paralelo entre militantes na segunda maior cidade do país, Benghazi, tirou cerca de 100 mil libaneses de suas casas e levou 150 mil estrangeiros a deixarem o país. Os conflitos na última semana foram os mais violentos na Líbia desde a guerra civil de 2011 que destituiu Muamar Kadafi. 

A batalha pelo aeroporto de Trípoli colocou milícias da cidade costeira de Misrata, aliadas aos islamistas libaneses, contra milicianos da cidade de Zintan. Milícias de Misrata ocuparam o aeroporto e tomaram o controle de boa parte da capital. 

A Human Rights Watch disse em relatório publicado nesta segunda-feira que ambos os lados cometerem graves violações durante o episódio, incluindo atacar civis, realizar bombardeios e destruição indiscriminados, saques e queima de propriedades.

Depois das batalhas, milicianos cometeram outras violações, realizando represálias contra civis que apoiavam seus rivais, disse a organização. As milícias de Misrata atacaram uma estação de TV e jornalistas vistos como simpatizantes de seus oponentes, assim como um campo de residentes desalojados em uma cidade vizinha a Misrata que os milicianos acusam de apoiar Kadafi. As milícias de Misrata também atacaram pelo menos 80 famílias de Zintan que moravam em Trípoli.

O relatório da Human Rights Watch vem após resolução do Conselho de Segurança da organização das Nações Unidas (ONU) em 27 de agosto que impôs sanções a pessoas engajadas em apoiar atos de "ameaça à paz, estabilidade e segurança na Líbia ou obstruírem ou atrapalharem o completo sucesso de sua política de transição". Fonte: Associated Press.

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