O Estado de Israel desmantelou nesta quarta-feira uma rampa de acesso à Esplanada das Mesquitas que havia sido construída como uma segunda entrada para os não muçulmanos a este local sagrado para o islã e o judaísmo de Jerusalém Oriental, constatou um correspondente da AFP.
Desde que Israel ocupou em 1967 e depois anexou Jerusalém Oriental, onde se encontra a Esplanada, assim como o Muro das Lamentações, o ministério de Bens Religiosos (Wafq) da Jordânia é responsável pelos lugares sagrados muçulmanos.
De acordo com o "status quo" posterior à guerra dos Seis Dias de 1967, o Estado de Israel não pode realizar obras - de construção ou arqueológicas - sem contar com a aprovação da Jordânia.
O Estado de Israel começou a construir esta nova rampa durante a guerra na Faixa de Gaza que durou até o fim de agosto, deixando mais de 2.100 palestinos mortos, em sua grande maioria civis, e mais de 70 mortos do lado israelense, entre eles 66 soldados.
O arqueólogo israelense Yonathan Mizrachi, da ONG Emek Shaveh, que luta contra o uso da arqueologia a serviço da colonização, indicou à AFP que esta construção foi feita "sem coordenação com o Wafq ou com a Jordânia".
Depois que a Jordânia protestou, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, optou por exigir que a rampa fosse desmantelada, classificando-a de ilegal.
A Esplanada das Mesquitas, chamada de Nobre Santuário (Haram al-Sharif) pelos muçulmanos e de Monte do Templo pelos judeus, em referência ao segundo Templo judeu destruído pelos romanos no ano 70, cujo principal vestígio é o Muro das Lamentações, é um lugar sagrado para o Islã e o judaísmo.
Encontra-se na parte de Jerusalém Ocupada e Anexada pelo Estado de Israel em 1967, o que não foi reconhecido pela comunidade internacional.