A justiça britânica colocou em liberdade nesta quarta-feira (1º) um ex-preso de Guantánamo que estava há sete meses numa prisão de Londres, depois de abandonar todas as acusações contra ele por ter estado na Síria.
Um tribunal de Londres ditou a absolvição e libertação Moazzam Begg, de 46 anos, dias antes de seu julgamento, que deveria começar na segunda-feira. A polícia explicou que o surgimento de novas provas invalidavam sua condenação.
Begg era suspeito de ter estado em um campo de treinamento terrorista da Síria, entre outubro de 2012 e abril de 2013, assim como de financiar grupos terroristas no exterior.
"Gostaria de ter me explicado ante a corte, mas estou muito contente", declarou Begg ao deixar a prisão, acusando em seguida o governo britânico de "demonizar claramente a comunidade muçulmana".
Em meados de fevereiro, ele escreveu em um blog que havia viajado à Síria para investigar as torturas do regime de Bashar al Assad. Begg, que combateu na Bósnia nos anos 90, vivia no Afeganistão em 2001 e foi detido no Paquistão um ano depois.
Acusado de pertencer à Al-Qaeda, ficou três anos na prisão afegã de Bagram e na base americana de Guantánamo, em Cuba, antes de ser libertado em 2005 sem ser formalmente indiciado.
De volta ao Reino Unido, onde nasceu, assumiu a representação das "vítimas da guerra contra o terrorismo" na associação Cage.