Novos combates na Ucrânia deixam Moscou sob pressão

Depois de um dia de ataques e contra-ataques, o exército ucraniano afirmou neste sábado que controlava o aeroporto, único encrave em seu poder em uma cidade que os separatistas tomaram em maio
Da AFP
Publicado em 04/10/2014 às 13:20


Novos combates foram registrados neste sábado (4) nas imediações do aeroporto de Donetsk, leste da Ucrânia, enfraquecendo assim um pouco mais a trégua acertada entre soldados ucranianos e rebeldes pró-russos.

Depois de um dia de ataques e contra-ataques, o exército ucraniano afirmou neste sábado que controlava o aeroporto, único encrave em seu poder em uma cidade que os separatistas tomaram em maio.

Os rebeldes negam, no entanto, ter perdido o aeroporto. O 'primeiro-ministro' da autoproclamada República Popular de Donetsk, Alexander Zajarchenko, afirma que controlam 95% do aeroporto.

"Não controlamos o aeroporto, mas os combates são mais esporádicos e ainda há bolsões de resistência, principalmente nos subterrâneos", declarou, por sua parte, um combatente rebelde falando à AFP.

Duas crianças morreram na sexta-feira e outras duas ficaram feridas ao tentar mover um morteiro que não havia explodido, segundo um comunicado da administração de Donetsk leal a Kiev.

A intensificação dos combates e bombardeios em áreas povoadas deste reduto pró-russo causou a morte de 11 pessoas em dois dias, levando as Nações Unidas a alertarem para uma "perigosa escalada", um mês depois da frágil trégua assinada entre Kiev e os separatistas.

Kiev e as potências ocidentais acusam o Kremlin de jogar lenha na fogueira em um conflito que desde abril causou a morte de mais de 3.200 mortos e obrigou meio milhão de pessoas a fugirem de casa. Moscou nega essas acusações.

Desde o início do cessar-fogo, em 5 de setembro, cerca de 70 soldados e civis ucranianos morreram, segundo uma contagem da AFP.

"O cessar-fogo foi violado mais de 1.000 vezes, e soldados e civis continuam morrendo", lamentou o presidente do Parlamento ucraniano, Olexandre Turchinov, em um encontro com líderes religiosos. Turchinov afirmou que a "agressão russa" à Ucrânia não acabou.

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