Uma enfermeira espanhola, funcionária de um hospital de Madri onde foram tratados em agosto e setembro dois missionários repatriados da África com Ebola, teve confirmada a infecção pelo vírus, informaram nesta segunda-feira (6) autoridades sanitárias, sem confirmar o que a imprensa chama de primeira contaminação na Europa.
"Foram feitos dois exames e os dois deram positivo", informou um porta-voz do conselho de Saúde do governo regional madrilense, ao qual está vinculado o Hospital Carlos III, especializado em doenças contagiosas e tropicais, onde os dois religiosos foram tratados e acabaram falecendo.
A mulher "é uma auxiliar de enfermagem que trabalha habitualmente no Carlos III", informou uma porta-voz do centro médico, destacando, no entanto, que "não se sabe, no entanto, se ela tratou algum dos dois missionários".
A ministra espanhola da Saúde, Ana Mato que, segundo a imprensa, celebrou uma reunião de crise em Madri, convocou uma coletiva de imprensa de urgência para as 20h locais (15h de Brasília), informou seu ministério em um comunicado.
O sacerdote católico Manuel García Viejo, de 69 anos, tinha sido repatriado com o vírus em 22 de setembro de Serra Leoa, onde trabalhava em um centro médico da Ordem Hospitalar de São João de Deus.
Isolado em uma ala do Hospital Carlos III, ele morreu três dias depois. Para evitar contágios, não foi feita necrópsia no cadáver e o corpo foi cremado.
O procedimento já tinha sido feito após a morte, em 12 de agosto, no mesmo hospital, de outro missionário da ordem, Miguel Pajares, de 75 anos.
Trazido da Libéria a bordo de um avião-hospital do Exército espanhol, ele foi o primeiro europeu a ser repatriado com o vírus e tratado com o soro experimental americano ZMapp.
Segundo o mais recente balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS), até 1º de outubro, a febre hemorrágica do Ebola tinha matado 3.439 pessoas e infectado 7.478 em cinco países do oeste da África: Serra Leoa, Guiné, Libéria, Nigéria e Senegal.
A estes deve-se somar o primeiro caso de Ebola diagnosticado nos Estados Unidos. Descoberto na semana passada, a infecção foi detectada em um hospital do Texas, quatro dias depois de o doente, um homem de nacionalidade liberiana, chegar ao país procedente da Libéria.