Tropas israelenses atiraram contra áreas do grupo Hezbollah no sul do Líbano nesta terça-feira (7) após guerrilhas xiitas realizarem uma explosão na tensa fronteira que feriu dois soldados israelenses. O exército de Israel afirmou que soldados estavam em uma patrulha quando houve uma explosão. Em seguida, as tropas encontram outro explosivo no lado israelense da fronteira e destruíram o dispositivo. Em resposta, o exército de Israel atirou contra duas posições do Hezbollah no Líbano.
Na rede de televisão do Hezbollah, Al Manar, o grupo fez um pronunciamento assumindo a autoria da explosão e afirmando que o alvo era a patrulha israelense. O ato marcou um momento raro de conflito aberto entre os dois inimigos, após anos de relativa calma.
Autoridades israelense afirmaram que o ataque desta terça-feira marca uma escalada, mas não espera que ele desencadeie um conflito. "O governo libanês e o Hezbollah são diretamente responsáveis por esse rompimento óbvio da soberania de Israel", afirmou Peter Lerner, porta-voz das Forças de Defesa israelenses. "Respondemos à agressão não provocada contra nossas forças e vamos continuar a atuar para manter a segurança na fronteira norte do país".
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o país "provou que vai responder fortemente contra qualquer tentativa de nos ferir".
Com medo de provocar Israel, o Hezbollah raramente assumiu a responsabilidade por ataques desde a guerra de 2006. O grupo está fortemente envolvido na guerra civil síria, lutando com as forças do presidente sírio Bashar Assad. Representantes do Hezbollah afirmaram que a atuação na Síria não impede o grupo de responder a batalhas, se for deflagrada uma guerra com Israel.
O porta-voz da Organização das Nações Unidas (ONU), Stephane Dujarric, afirmou nesta terça-feira que o incidente violou uma resolução do Conselho de Segurança da ONU adotada ao final da guerra em 2006. As forças da ONU no Líbano começaram uma investigação e contactaram ambos os lados para conter a situação. "Tais ações estão em desacordo com esforços para reduzir as tensões e estabelecer um meio estável e seguro no sul do Líbano", declarou Dujarric. Fonte: Associated Press.